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Eisbock: Vai uma gelada aí?

Seja ou não seja especificamente do seu agrado, uma coisa é fato: a maioria dos brasileiros gosta de uma cerveja gelada, se possível trincando. Talvez por conta do nosso clima tropical, da presença de longos verões, ou do acompanhamento de petiscos apimentados que costumam adornar a nossa mesa no bar, muitos encontram num copo cheio de cerveja ofuscado pelo frio a miríade do paraíso. Por isso, hoje, falaremos justamente de uma cerveja que nasceu nada mais nada menos do gelo. Hoje é dia de você provar uma Eisbock.

União das palavras “Eis” e “bock” em alemão, que significam respectivamente gelo e Bock (um estilo de cerveja), o seu surgimento é recheado de lendas e possíveis interpretações. A mais conhecida delas é a lenda do mestre cervejeiro e seu estabanado aprendiz – cujo descuido casualmente fez nascer este estilo de bebida. Segundo as boas línguas, no pequeno povoado de Kulmbach, na Alemanha, por volta do ano de 1890, o jovem aprendiz da cervejaria Reichelbräu acabou deixando um barril de cerveja bock no pátio do local, ao relento, sob o terrível frio invernal que fazia naquele ano. Ao encontrar o barril deformado no dia seguinte por conta do congelamento do líquido e com o produto supostamente perdido, o mestre cervejeiro, irado, obrigou ao novato a beber o que restava de líquido ali dentro. Para sua surpresa, o resultado do que não havia sido cristalizado era uma delícia, iniciando a era das Eisbock.

Imaginemos que uma Eisbock, portanto, seria uma espécie de sobra de uma raspadinha de Doppelbock que, após passar por um processo de congelamento parcial, retira-se apenas o líquido concentrado que ali restou. O resultado é uma bebida concentrada, de alto teor alcoólico – entre 9% e 14% de ABV – e de cor marrom escura, com tendências à cor rubi. Segundo a organização Beer Judge Certification Program (BJCP), reconhecida mundialmente por sua promoção à educação cervejeira, o aroma e o sabor de uma Eisbock são dominados pelo malte, com certa presença de álcool – que embora seja muito alto em relação a outros tipos de cerveja, aqui não se destacaria especialmente – e quase ou nenhuma presença de lúpulo.

Infelizmente, por conta de seu difícil e longo processo de confecção, uma Eisbock não é tão fácil de ser encontrada no mercado, o que aumenta ainda mais o seu custo na hora de investir numa dessas. Outro fato curioso é que, ironicamente, recomenda-se servir uma Eisbock entre 8ºC e 12ºC, temperaturas estas consideradas “quentes” para uma típica Lager brasileira.

Independente de como você gosta da temperatura de serviço da sua cerveja, se a sua vontade é se refrescar no calor, aqui vai a pedida: prove uma Eisbock, o sabor que veio direto do gelo.

Com informações de: BJCP, Del Grano a La Copa, Kegenerator e Wikipédia

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Malt Liquor: controversa e adorada

Como um bom grupo de exigentes consumidores, o público cervejeiro é bem específico quanto aos seus gostos. Existem aqueles que preferem uma cerveja mais leve e refrescante, outros não abrem mão de sua cerveja de trigo encorpada. Entre uma e outra, existe aquela famigerada cerveja controversa, praticamente uma anti-IPA, rechaçada pela comunidade cervejeira. Hoje, falaremos um pouco sobre a Malt Liquor.

Mais consumida e produzida pelos norte-americanos, a Malt Liquor é uma senhora lager, carregada principalmente de cereais não maltados e com pouca incidência de lúpulo. O resultado é uma bebida potente, com alto teor alcóolico e sabor considerado “aguado” para os paladares mais aguçados.

Embora não seja muito popular em solo brasileiro, lá nos Estados Unidos existe toda uma cultura da forty-once, ou quarenta onças, como é conhecida a garrafa de Malt Liquor por lá. O termo está associado diretamente à festas e noites de bebedeira, principalmente pelo seu tamanho (equivalente a uma garrafa de dois litros) e, em geral, baixo custo.

Mas engana-se quem pensa que uma Malt Liquor é uma invenção da indústria moderna. Segundo a publicação People’s Journal, a primeira referência que se tem escrita sobre a bebida data o século XVII, em 1690. Parece, portanto, que a diversão norte-americana foi importada diretamente da ex-côlônia…

Atualmente, existem versões com mais ou menos açúcares adicionados à fermentação, o que confere uma bebida entre 6% e 9% de ABV em média, podendo chegar a um teor alcóolico de 12% – equivalente a um vinho comum. De cor amarela clara, variando entre 10 e 25 IBU, recomenda-se um copo clássico de pint para consumi-la – ainda que os nossos vizinhos norte-americanos prefiram utilizar o clássico copo colorido de papel.

Seja você um apreciador de uma Malt Liquor ou não, uma coisa é fato: como diria Oscar Wilde, “A única coisa pior do que falarem de você é não falarem de você”.

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Uma questão de sono

Você é do tipo que vira a cara apenas ao ler as seguintes palavras: “cerveja sem álcool”? Pois saiba que ela pode ter um gostinho de quero mais, especialmente nesta época do ano em que estamos todos cansados, desesperados por algumas horinhas de sono a mais.

Segundo estudo publicado em 2012 por pesquisadores da Universidade de Estremadura, na Espanha, o consumo moderado de cerveja não-alcóolica antes de dormir poderá render um sono de melhor qualidade. De acordo com a pesquisa, o lúpulo presente na cerveja junto aos polifenóis nela presente, como o mircenol e o xantumol, reagem no corpo como sedativos naturais. Por “consumo moderado”, estima-se até 330 ml para as mulheres e 660 ml/dia para os homens.

Para chegarem a esta conclusão, 31 alunos da universidade foram submetidos a entrevistas e testes, incluindo o Questionário de Sono Pittsburgh, que avalia matematicamente os resultados de um grupo de perguntas especificamente elaboradas para assuntos do sono e traz resultados mensuráveis à pesquisa. Como condição, os alunos estudados tinham que estar sob relativo estresse, durante os exames finais de semestre.

Após uma semana de rotina normal, os alunos passaram a ingerir uma lata de cerveja sem álcool no jantar durante duas semanas seguidas. Segundo os resultados observados na pesquisa, tanto os índices de latência de sono (tempo entre vigília e sono total), quanto os índices de estresse mensurados caíram significativamente.

Para além da cerveja sem álcool, o estudo abre precedentes para os efeitos de tratamentos fitoterápicos e os benefícios do lúpulo como possíveis tratamentos de distúrbios do sono. Por este motivo, mas não apenas ele, dê chance a sua amiga sem álcool. Ela poderá ser a sua companheira para uma longa e boa noite neste fim de ano.

Fonte da informação: Revista Espanhola de Nutrição Comunitária

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Lúpulo: Poder Feminino

Muito se diz por aí sobre a cerveja e suas propriedades únicas, em especial a presença da cevada e do lúpulo em sua confecção.  Mas afinal, o que é que o lúpulo realmente faz?

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Os Elementos da Cerveja

Apesar de a cerveja ser a bebida nacional dos brasileiros, será que nós realmente conhecemos aquilo que estamos consumindo? Façamos um teste rápido – sem pressão – para ilustrar este pensamento: se você pudesse fazer uma lista rápida, sem cola ou consulta, quais ingredientes você diria que compõem a cerveja? Vou lhe dar uma dica: são apenas quatro.