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Cervejoduto

No princípio era o aqueduto e o aqueduto estava com o povo. Todas as águas eram transportadas por lá, através de suas pontes exuberantes ou simples construções que traziam prosperidade, segurança e alimento às lavouras. Fosse no famigerado Império Romano, na Grécia antiga ou na dinastia Zhang de Han, no império chinês, onde havia água, haveria de ter um aqueduto. Com o tempo e a evolução tecnológica, o transporte tubular foi se sofisticando e trazendo outros importantíssimos recursos naturais, como o gás, o petróleo e – por que não? – cerveja. Isto mesmo: cerveja.

A notícia não é nova, mas pode causar espanto a quem nunca tenha ouvido falar em cidades ou regiões específicas no mundo em que encanamentos especializados levam a nossa bebida favorita direto à uma torneira sagrada. Alguns dos exemplos mais famosos atualmente se encontram na Europa: as cidades de Bruges (Bélgica), Randers (Dinamarca) e Gelsenkirchen (Alemanha) todas possuem um sistema de transporte de cerveja especializado, apelidado aqui carinhosamente por “cervejoduto”.

Por debaixo da turística e medieval Bruges, um encanamento de mais ou menos três quilômetros atravessa a cervejaria De Halve Maan e leva o líquido sagrado para o outro lado da cidade, direto à fábrica de engarrafamento sem – com o perdão do trocadilho – engarrafamento nenhum ao longo do caminho. Isto é, são 12.000 garrafas de cerveja enchidas a cada hora através deste método incomum. Segundo Renaat Landyut, então prefeito da cidade, relatou ao jornal inglês The Guardian, sua primeira reação sobre a construção do cervejoduto foi de espanto: “Oh meu Deus! Mas o que eles estão pensando?”. Mas ao perceber que isto reduziria dramaticamente o número de caminhões específicos para este tipo de transporte e a drástica diminuição de emissão de CO2 no ar, eventualmente acabou topando o projeto mirabuloso.

“Ah, mas não era bem isso o que eu estava imaginando”, deve se indagar o leitor ou a leitora, desapontado(a) com a ideia de não haver um encanamento de cerveja ligado direto com o copo do consumidor. Pode ficar tranquilo, tem mais.

A cidade de Gelsenkirchen, lar do clube de futebol FC Schalke e seus 200 mil habitantes, poderá vibrar ainda mais feliz cada partida vencida ou simplesmente afogar as mágoas nas tristes derrotas. Isto porque a Veltins-Arena, o estádio local com capacidade para 60 mil espectadores, possui exuberantes cinco quilômetros de rotas subterrâneas, recheados de canos de cerveja. Conectados com um reservatório adequado às ocasiões, são cerca de 52 mil litros da bebida despejados diretamente no copo dos fãs a cada partida. Isto é o que chamados de gol.

Se antigamente apenas os recursos mais básicos e necessários eram transportados pelos aquedutos e posteriormente aperfeiçoados com a graça da vontade humana e muita tecnologia, nós cervejeiros e cervejeiras do mundo só podemos sentir orgulho de contribuir com esta demanda por soluções mais práticas, energicamente limpas e divertidas.

Por fim, uma coisa é certa: nunca se esqueça de fechar a torneira. Consumo bom é um consumo com responsabilidade.

Com informações de: Broken Secrets, SCM Transportation, The Guardian e Wikipédia

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O Brasil num copo

Quando você olha para um copo de cerveja, o que você enxerga? Uma fonte de prazer em formato líquido, translúcido e borbulhante? Uma maneira de relaxar com os amigos no pós-expediente? Um troféu de vitória em comemoração a uma data especial? Todas as alternativas anteriores podem ser as suas, mas o que raramente vemos – ou o que está para além de um simples copo de cerveja – é o quanto esta bebida está presente na vida de milhões de brasileiros, direta ou indiretamente.

Tomemos como exemplo um número: 1,6%. Sozinho, pode parecer um número pequeno, mas segundo pesquisa publicada pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), esta é porcentagem na participação da indústria da cerveja no PIB nacional. Ou seja, de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país inteiro, 1,6% corresponde à bebida favorita do brasileiro. Convertendo em dinheiro, isto representa cerca de 4 bilhões de reais anuais em investimento, 21 bilhões de reais em tributos ao governo e um faturamento na casa dos 70 bilhões de reais anuais. De acordo com os dados do BNDES, o setor também é responsável pela 12ª maior geração de empregos no país, o equivalente a 3 milhões de pessoas trabalhando todos os dias no brinde nosso de cada dia.

Embora não sejamos os maiores consumidores per capta de cerveja – isso geralmente fica por conta dos europeus, especialmente os tchecos e austríacos –, em números absolutos, somos o 3º maior mercado consumidor de cerveja do mundo, com uma incrível marca de 14 bilhões de litros bebidos todos os anos.

Os estados de Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo correspondem a metade deste consumo, mas nem por isso o resto do Brasil fica para trás. O estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, é onde seus habitantes mais consomem cerveja per capta anualmente, enquanto os estados do Nordeste são os que mais crescem em volume, ano após ano.

Mesmo vivendo em momentos de crises políticas e econômicas, o brasileiro mantém seu gosto e sua exigência. Para se ter uma noção, só em 2016 foram abertas 148 cervejarias no Brasil segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um crescimento espantoso de quase 40%. No final do ano passado, chegamos a um total de 522 cervejarias no país – sinal de que há procura e investimento neste tipo de produto.

Pensando por este lado, você nunca mais vai encarar o seu copo de cerveja da mesma maneira. Há muitos e muitos outros milhões de brasileiros, ao seu lado, brindando diariamente com você.
Com informações de: Associação Brasileira da Indústria da Cerveja, O Globo, Revista Exame e Sebrae

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Hora de comemorar? Só se for com cerveja!

Até parece que você já não sabia. Mas para não repetirmos o óbvio ululante sem uma base real de dados palpáveis, é hora de provar por A + B que a cerveja é a bebida nacional. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) em 2013, não resta dúvida: quase dois terços (64%) dos entrevistados definem a cerveja como sua bebida preferida na hora das comemorações.