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Oud Bruin – Uma Senhora Belga

Nascida no século XVII, esta quatrocentona da região de Flandres, no norte da Bélgica, surgiu com um propósito: testar a paciência dos jovens. Por ser uma cerveja de maturação lenta, seu processo de fermentação pode levar semanas, seguido de meses de envelhecimento após seu engarrafamento. Entre confeccioná-la e prová-la, o brinde pode demorar até um ano inteiro. Também conhecido como Flanders Brown Ale em inglês, o estilo Old Bruin – que significa literalmente “velho marrom”, em português – faz parte da família das cervejas de alta fermentação, mas é mais conhecido pelo seu sabor ácido, ligeiramente “azedo”, graças aos processos naturais que esta bebida enfrenta ao longo de sua vida. Contrárias à prima Flanders Red (Flandres Vermelha) que é envelhecida em barris fechados de carvalho, as “velhas marrons” ganham corpo em recipientes abertos. O produto a ser maturado ainda pode sofrer modificações antes de ser engarrafado – como por exemplo a mistura de ingredientes, como ervas e outras bebidas – caracterizando-se como uma cerveja, por vezes, híbrida. De coloração marrom-escura, com uma espuma firme e aroma doce, é possível encontrar uma Old Bruin entre 4% a 8% de álcool (ABV). A bebida harmoniza com queijos mais fortes e é ideal para ser consumida num dia de calor – uma vez que sua acidez garante ainda mais a sensação refrescante. Se pararmos para pensar, realmente vale a pena esperar. Pois como dizia o ditado: idade e experiência valem mais do que a adolescência. Com informações de: Beer Advocate, Destino CervejeiroWikipédia  

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O dobro, o triplo e o quádruplo do gosto

Do macro para o micro: Europa > Bélgica > monges trapistas > cerveja > família Ale > Dubbel.

Europa, onde se encontra este pequeno país chamado Bélgica, de apenas 30.500 km² – equivalente ao estado de Alagoas e mais um pouquinho que, apesar do diminuto tamanho, esta nação possui uma longa e rica história com a nossa bebida favorita.

Monges trapistas, oficialmente conhecidos como a Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância, cuja congregação católica nasceu em 1662, fundada por Armand-Jean Le Bouthillier de Rancé.

Cerveja trapista, um dos meios de subsistência dos mosteiros, que se tornou hoje símbolo de excelência na confecção de cerveja. Atualmente, seis dos onze monastérios que produzem a cerveja trapista se encontram na Bélgica e os outros cinco espalhados pela Holanda, Áustria, Estados Unidos e Itália.

Família Ale, é o nome genérico que se dá às cervejas de alta fermentação, onde as leveduras fermentam em temperatura maior (entre 15ºC e 25ºC), se comparada às bebidas de baixa fermentação (5ºC a 14ºC). Por este motivo, mas não só, as cervejas da família Ale tendem a ser mais alcóolicas, frutadas e escuras.

Dubbel é o nome dado a um estilo específico de cerveja Ale, criado pelos monges trapistas em 1856 com a base numa bebida “duas vezes mais forte” do que eles produziam anteriormente – a cerveja Enkel. Por isso, “dubbel” recebe a alcunha de “o dobro” em neerlandês – língua oficial do país, além do francês.

Entre as principais características da Dubbel estão o alto teor alcóolico (6-8% de álcool), cor marrom escura, amargor que remete à um fundo caramelizado e de frutas secas.

Em 1934, monges de Westmalle – outro dos seis monastérios autorizados a marcar suas bebidas com o selo de autencidade trapista – resolveram incrementar a receita dobrada ainda mais, intensificando o teor alcóolico (em 9,5%), com um resultado visivelmente claro e com aromas de frutas amarelas. À esta benção, deram-lhe o nome de Trippel – ou “o triplo”.

E como o céu é o limite, quase 60 anos após a invenção da Trippel, ou 140 anos após a invenção da Dubbel, foi a vez da Holanda, com o mosteiro Konigshoeven, lançar a “quatro vezes mais potente” cerveja Quadruppel – uma bebida forte com mais de 10% de álcool que seria, a princípio, para o consumo regular apenas no inverno. Mas devido ao seu sucesso, ela chegou para a ficar e hoje configura como um subtipo do rico e variado menu trapista.

Segundo especialistas consultados para o Portal G1, as cervejas Dubbel e Quadruppel harmonizam com carnes intensas, como carnes de caça (carneiro e pernil, por exemplo) e outros pratos mais pesados. Já para a versão mais clara do time, a Trippel, recomenda-se harmonizar a bebida com uma massa que leve molho pesto consigo.

Seja qual for o seu estilo, jogue suas mãos para o céu e agradeça a estes pequenos milagres criados por gente tão sábia e estudiosa quanto os monges belgas e holandeses.

Com informações de: Mundo Blá, Portal G1 e Wikipédia

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Direto dos campos da Bélgica

Você já ouviu falar na cerveja estilo Lambic? Ela faz parte das categorias das cervejas Ales (de alta fermentação) e estão apropriadamente dentro do grupo das bebidas elaboradas com trigo em fermentação espontânea. Mas o que isto significa?

Para os(as) apreciadores de cervejas especiais, as cervejas de trigo trazem geralmente a agradável surpresa do baixo amargor por conta da baixa presença de lúpulo. Sua aparência é um pouco escura, por conta da não-filtração, assim como pode conter alguns resquícios de sedimentos no fundo da garrafa. Igualmente surpreendente é o seu baixo teor alcóolico (cerca de 5%) e o sabor mais ácido da Lambic – o que a torna bem refrescante.

Segundo o portal Cervezas del Mundo, este estilo nasceu e é exclusivo da Bélgica – país notoriamente consolidado por sua tradição cervejeira – há mais de 400 anos. Ainda de acordo o portal mencionado, as Lambic nasceram nos vales próximos à capital Bruxelas, provavelmente na cidade de Leembek, de onde teria sido cunhado oficialmente o seu nome.

Entre outras características únicas, as Lambic levam anos para serem elaboradas, mas são consumidas, em geral, jovens – em até seis meses, na pressão. A partir de seis meses, elas são cunhadas como Lambic envelhecidas. Para serem consumidas em garrafas, é necessário esperar um bocado: por conta de sua fermentação espontânea, as cervejas só são postas em garrafas após terem fermentado por completo.

Entre os diversos tipos de Lambic, as mais frutadas e de estilo gueze são conhecidas pelo seu alto teor de gás. Assim como os espumantes, estas cervejas são engarrafadas com rolhas de cortiça e devem ser servidas em baixas temperaturas, entre 4ºC e 8ºC, ou segundo indicação do fabricante.

Para apreciar melhor a sua Lambic, sirva-a num copo estilo tulipa. Ao abrir, evite chacoalhar a garrafa ou fazer movimentos bruscos, pois poderá perder uma porção considerável da bebida em espuma. Não se esqueça do colarinho!

 

Com informações de: Cervezas del Mundo, Wikihow e Wikipedia