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Kriek

“Cerveja frutada”. Você provavelmente já deve ter ouvido alguém falar nesse conceito muito antes de começar a beber. Hoje, vamos falar sobre um dos estilos de cerveja da família Lambic que, não à toa, leva literalmente um fruto em sua produção. Conheça as cervejas do estilo Kriek.

Este estilo curioso que confeccionar cerveja requer cuidado e paciência, e quando dizemos paciência, a arte de deixar a Natureza fazer o seu trabalho é fundamental aqui. Isto porque uma cerveja da família Lambic (na qual se encontram as cervejas Kriek) requer, em média, seis meses de preparação até que esteja pronta para ser consumida – algumas levam até anos. Ao contrário das Ales e Lagers, as Lambic tradicionalmente não passam por um processo de fermentação forçado de controle de temperatura. Esta fermentação, diferentemente das duas primeiras famílias anteriormente mencionadas, é de modo espontânea: utiliza-se cerca de 30% de trigo não-maltado e lúpulos envelhecidos que, depois de fervidos, são deixados “à sorte” em tonéis de madeira. O contato do mosto com os microorganismos do tonel fará o seu papel na produção natural de álcool.

No caso das Kriek, além da fermentação natural própria desta família, adiciona-se ao mosto até 30% de ginja: uma espécie de cereja ácida, também conhecida como amarena. Aliás, “kriek” é o próprio nome desta fruta em flamengo, língua utilizada no noroeste da Bélgica. Tradicionalmente, utiliza-se apenas o açúcar da própria fruta na fermentação. Hoje em dia, é muito difícil encontrar uma cervejaria que siga à risca esta regra. 

Num processo trifásico, composto de três tipos de fermentação natural, obtém-se uma bebida com teor alcoólico relativamente mais elevado, entre 5% e 7% ABV. Ou seja: depois de a própria cerveja fermentar, depois de ela fermentar com a fruta e, por fim, depois de fermentar na garrafa, espera-se uma deliciosa bebida ácida e refrescante, seca e de baixa carbonatação.

Para harmonizar com este estilo de cerveja, recomenda-se uma boa porção de queijos da categoria mofo branco: brie e camembert, além de uma boa geleia. Não à toa, muitos afirmam que a sobremesa ideal para acompanhar uma Kriek é um belo de um cheesecake.

Com informação de: Brew Beer, Homini Lúpulo, Mestre Cervejeiro, Wikipédia

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Glossário da cerveja: conheça os principais termos cervejeiros

Gostar de cerveja todo mundo gosta, mas dentre as milhares de variedades no mundo desta bebida, sempre tem aquela que cativa mais o nosso coraçãozinho, que o faz bater mais forte quando provamos a nossa cerveja favorita novamente. 

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Tudo vai bem com uma IPA na mão

Verdade seja dita: a IPA é a menina dos olhos quando o assunto é cerveja. Diríamos que 9 em cada 10 cervejeiros a recomendam, enquanto 1 deles finge não gostar. Por detrás desta estatística 100% imprecisa residem alguns fatores importantes, que tornam a Indian Pale Ale tão popular entre os apreciadores da bebida: aroma, corpo e sabor. E isso, a IPA tem de monte.

Como comentamos neste post anterior, seu amargor acentuado e ligeiramente frutado, em decorrência dos cereais e estéreis utilizados, fazem com que alguém que nunca tenha tomado uma IPA antes não se esqueça tão fácil desta primeira experiência. Por isso, que tal trazer um cervejeiro novato para o lado luminoso da Força e impressioná-lo de uma vez por todas com um belo menu degustação que harmonize com a sua IPA?

O roteiro é clássico e não parece ser muito difícil de se lembrar: uma cerveja mais encorpada e forte acompanhará uma comida igualmente mais pesada e forte. Especificamente no caso da IPA, por conta de seu alto teor de lúpulo e amargor, além de um bom grelhado ou receitas que envolvam uma cocção em fogo lento, recomenda-se harmonizar esta bebida com uma comida mais picante. Não se preocupe: justamente o alto teor de lúpulo irá ajudar a diminuir a sensação do picante em sua boca.

Com a eminencia do inverno, mas com belas tardes de sol neste outono, uma boa carne assada e uma IPA na mão serão pedidas excelentes. Descubra as nuances e os sabores da sua própria bebida predileta ao combiná-la com uma comida que lhe traga uma memória afetiva. A sensação é de redescobrir um terreno que você pensava já estar dominado, com novos sabores e sensações.

Além da mencionada carne assada acima, comidas quentes como pimentão recheado, nachos e tortilhas mexicanas, curry de carne com batatas e um salmão grelhado são ideais para acompanhar a sua IPA.

Saúde… e bom apetite!

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Gostinho do chope bom

Ah, o verão! Época de sair pelas ruas e aproveitar seus longos dias quentes e noites amenas, regadas a um bom papo, chope e petisco. Mas você já parou para pensar por que um chope é assim tão gostoso e como ele é “tirado”? A pergunta pode parecer absurda, mas por trás desta cremosidade, existe toda uma física complexa que explica o sabor único desta bebida tão amada pelos brasileiros.

Neste outro post aqui, comentamos exatamente qual é a diferença entre o chope e a cerveja. Embora o tema seja um pouco mais complexo do que vem a seguir, devido à adoção de processos de pasteurização atuais, basicamente – mas longe de ser apenas isso – “a cerveja comum passa por um processo de aquecimento seguido por um resfriamento abrupto para eliminar todos os possíveis micro-organismos presentes no líquido, enquanto o chope é servido ‘como veio ao mundo’. Em linhas gerais, mesmo que a cerveja e o chope sejam feitos das mesmas matérias-primas, o fermento do chope se encontra vivo (sim, enquanto você degusta) e o fermento da cerveja morto”.

Esta cerveja viva, não-pasteurizada, fica armazenada em barris e possuem uma vida média de 10 dias. Quando chegam ao bar, estes barris são ligados aos cilindros e às torneiras e lá realizam a sua mágica.

As mangueiras plásticas levam o chope ao pré-resfriador, numa tubulação de aço inoxidável de apenas 5 milímetros. Neste vai e vem metálico, o chope passa literalmente por dezenas de metros (entre 10 e 50) dentro do cilindro envolvido por um líquido resfriado. Em chopeiras mais antigas (ou mais tradicionais), esse líquido resfriado nada mais é do que gelo.

Num esquema texto-visual, temos: um cilindro de gás carbônico controlado por um regulador de pressão, que por sua vez está ligada às serpentinas, válvula extratora e ao barril de chope.

Para os mais aficionados pela mecânica em si, segundo o portal Superinteressante, o chope deve ser tirado a 2,5 kgf/cm². Ou seja: para cada centímetro quadrado, o cilindro deposita o peso de dois quilogramas-força e meio. Trata-se da “medida ideal do empurrão” que o cilindro de gás carbônico exerce sobre o líquido precioso. Já para o colarinho, podemos aumentar um pouco esta pressão para 3,5 kgf/cm² e completar o copo com um charme que só o chope tem.

Mas não se preocupe se a parte matemática não entrar na sua cabeça. A última coisa que o bar vai te pedir é uma lição de casa.

Com informações de: Catira, Mundo Educação e Superinteressante

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Direto das Índias Orientais

Verdade seja dita: quando se trata de cerveja, é possível ir sempre mais longe. Mas hoje, ao invés de fazermos uma gigantesca digressão ao passado, passado pelos sumérios, fenícios e outros tantos povos mesopotâmicos que cunharam o início da civilização como a conhecemos hoje, passemos direto ao que interessa: cerveja.

O nosso barco sai da Inglaterra, no apogeu do gigantesco Império Britânico do século 18, cuja extensão o permitia ser chamado de “império onde o sol nunca se põe”. Das Índias ocidentais (atual Caribe) às Índias orientais (países que compõem hoje a Ásia Meridional e o sudeste asiático), os colonizadores europeus fincavam sua bandeira e chamavam de “casa” onde quer que marcassem força e presença. Mas ao olharem bem para a paisagem ao redor e sentirem um calor que nunca haviam presenciado na vida, uma coisa ainda faltava para chamar aquela terra subjugada verdadeiramente de “lar”. Acertou se você pensou de novo: cerveja.

Segundo os fatos e rumores da História, lordes ingleses encomendavam litros e litros da bebida mais apreciada pelos britânicos para se refrescarem nos trópicos. Mas uma viagem tão longa como esta, atravessando continentes em porões de barcos abafados, pedia uma combinação forte de sabor e – sobretudo – resistência. Por este motivo, as Indian pale ale são conhecidas pelo seu alto teor de lúpulo, cujas propriedades naturais conservantes e bactericidas da planta impediam com que o ouro líquido estragasse no meio do mar.

Outra característica marcante das Indian pale ale, mas não necessariamente obrigatório, é o seu sabor frutado por conta dos cereais e ésteres ali postos. Num processo de fermentação em temperatura elevada (entre 15ºC e 24ºC), a levedura tende a subir à superfície antes completar o ciclo todo.

Fato é: a cerveja nasceu mesmo na Inglaterra, mas fora levada com muito cuidado para todos os rincões do mundo. Hoje, uma série gigantesca de variedades desta bebida está presente no mercado mundial, notadamente a English pale ale (a “original”), a American pale ale (versão americana, com lúpulo americano) e a Imperial pale ale (com maior teor alcoólico e – pasmem! – ainda mais carregada no lúpulo).

Desejo, necessidade ou vontade? As Indian pale ale são a prova de que gosto não se discute e que para alcançarmos aquilo que tanto desejamos, nós movemos mundos e fundos para apreciarmos o melhor que a vida pode nos oferecer. Pois, verdade seja novamente dita: quando se trata de cerveja, é possível ir sempre mais longe.
Com informações de: Beerlife, Mestre Cervejeiro, Lupulinas e Wikipédia

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Bom de copo Histórias da Cerveja

Do porto ao copo

Há mais de 300 anos, numa ilha muito distante do outro lado do Atlântico Norte, nascia uma cerveja escura que se tornaria um sucesso comercial mundial. Criada na Inglaterra durante um período recheado de intensas mudanças que ficou conhecido na História como a “Revolução Industrial”, havia uma classe de trabalhadores em particular que adotou a novidade negra como sua bebida favorita. Foram justamente estes homens e mulheres que trabalhavam nos portos que acabaram batizando a bebida: do inglês Porter, como é conhecida atualmente, o nome desta cerveja pode ser traduzido ao pé da letra como portuária.

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VAI UMA KELLERBIER AÍ?

O mundo das cervejas lager é extenso e variado. Hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre a Kellerbier, um subtipo pouco conhecido, mas muito apreciado no mundo cervejeiro.

Oriunda da Alemanha, mais precisamente na região da Francônia, a Kellerbier é um tipo de bebida não filtrada e não pasteurizada – o que remonta processos de confecção alcoólica da Idade Média. O sabor amargo do lúpulo contrasta com o fermento presente e o gás natural deste tipo de cerveja.

Em geral, as Kellerbiers são produções artesanais e servidas localmente. Para o consumo imediato, elas são armazenadas em toneis de madeira que mantêm as propriedades originais da bebida e garantem o frescor do produto ao consumidor final. No caso das engarrafadas, os mesmos toneis são também utilizados para amadurecer a cerveja – se esta for a proposta do produtor local.

Sua aparência opaca é fruto desta ausência de filtragem e da baixa carbonatação, e o seu nome advém justamente da origem de sua produção: Keller, que em alemão significa “adega” (ou cave), onde Kellerbier é a “cerveja de adega”.

Segundo a tradição alemã, deve-se servir uma boa Kellerbier em uma caneca escura de cerâmica – isto porque, antigamente, era de interesse do produtor esconder o aspecto turvo da bebida. Hoje, beber uma boa Keller num Krug (como é chamado este tipo de caneca em alemão) é motivo de orgulho e satisfação.

Com informações de: Dr. Beer,  Cervejas do Mundo e German Beer Institute

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Cerveja de trigo: do solo ao copo

Para você que está acompanhando durante esta semana a nossa viagem pelo maravilhoso mundo das Weissbier, ou cerveja de trigo, e resolveu experimentar uma, aqui vão algumas dicas que podem otimizar a sua experiência como um todo. Tome nota:

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Tamanho da sede

Existem milhares de motivos para você culpar a ressaca de hoje e a bebedeira do dia anterior. Afinal, a noite estava agradável, a companhia estava boa, a cerveja estava gelada, era sexta-feira pós-expediente. Seja qual for a sua desculpa, apresentamos mais uma razão pelo descuido etílico – desta vez amparada por análises científicas de altíssima competência: foi tudo culpa do copo.

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Uma rodada de chope pra galera

Nos idos de 1980, uma famosa banda de rock brasileiro traria ao mundo uma de suas canções mais populares, marcando uma década inteira. Com o hit “Você não soube me amar”, a Blitz fez toda uma geração interpretar o casal da música, sentado numa mesa de bar, enquanto o homem pedia “uma cerveja” e o garçom lhe respondia: “só tem chope”. O homem, conformado (e feliz) com a única opção então comanda: “Desce dois! Desce mais!”.