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Bom de Fazer Doces e Sobremesas Receitas Típicas

Cerveja Junina

O mês de junho traz sempre uma boa dose de festas recheadas de muita tradição, comilança e, por que não, bebida boa. Hoje, além de explorarmos um pouco mais sobre a origem da Festa Junina, deixamos de quebra uma deliciosa receita de bolo de milho para você chegar estalando igual a uma fogueira de São João.

Se você parar para pensar, a miscelânea de rituais durante a Festa Junina pode não fazer muito sentido: uma fogueira, um casamento dançante e uma fartura de comida. Mas olhando mais para trás, as peças começam a se encaixar melhor, uma vez que as comemorações juninas brasileiras têm, por excelência, uma forte influência de diversas culturas, incluindo a Igreja Católica Romana, tradições indígenas e antigos cultos a divindades pré-cristãs.

Segundo a mitologia grega, a disputa entre as deusas Afrodite e Perséfone pelo literalmente deus grego Adônis resultou num embate tão violento, que somente Zeus, o pai dos deuses, pôde dar um fim a este entrave, sentenciando o belo jovem a uma vida dividida entre duas esposas. A cada três meses, ou seja, a duração de uma estação, ele viveria entre os mundos da luz e o mundo das sombras. Cultuado no dia 24 de junho, o retorno de Adônis à luz marcava um novo começo para o povo grego. Posteriormente, esta data foi assimilada pela Igreja Católica, substituindo Adônis por São João Batista.

De acordo com a liturgia católica, a fogueira junina foi um sinal de Santa Isabel (mãe de São João) à Maria (mãe de Jesus) para lhe contar sobre o nascimento de seu filho João Batista. Tradicionalmente no Brasil, os dias 13, 24 e 29 de junho são datas comemorativas em homenagem a Santo Antônio – o santo casamenteiro –, a São João Batista – aquele que batizou Jesus Cristo – e São Pedro – discípulo de Jesus, considerado o primeiro Papa. Por ser uma festa de origem europeia, trazida pelos colonizadores portugueses, o fim de junho também marca outra ocasião especial: o final da primavera e o início do verão no Hemisfério Norte. Por isso, em homenagem à boa colheita, a fatura alimentícia se estende com um cardápio português recheado de milho verde, amêndoas e castanhas que, somada ao cultivo indígena a base de milho tradicional, batata-doce e mandioca, estes fecham o menu da quadrilha.

Por falar em dança, o início do verão no Hemisfério Norte sempre foi um motivo de comemoração aos povos europeus: do medieval faux-bourdon francês ao galego forbodó, o suingue brasileiro tropicalizou o baile através da sanfona e do bumbo e trouxe o forrobodó ao mundo, hoje com um apelido mais simpático, conhecido como “forró”.

Seja no Olimpo ou em Campina Grande, as grandes festas juninas trazem um enorme rendimento à população local, fomentam o turismo nacional e o comércio tradicional. Só em 2016, o governo brasileiro investiu mais de 6 milhões de reais por todo o país e esta cifra, apesar da crise, tende a crescer. Numa festa que abarca a católicos e não católicos, solteiros e comprometidos, comilões e não tão comilões, ficar de fora desta festa é quase um desafio.

Por isso, vista sua melhor roupa de casamento, traga a sua cerveja e seja bem-vindo(a) ao arraiá.

Bolo de Milho com Cerveja

Ingredientes

  • 1 lata de milho verde
  • 1 lata de óleo (medida da lata de milho)
  • 1 lata de açúcar (medida da lata de milho)
  • 1 lata de fubá (medida da lata de milho)
  • 4 ovos
  • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 2 colheres (sopa) de coco ralado
  • 1 e 1/2 colher (chá) de fermento em pó
  • 200 ml de cerveja escura (IPA)

Modo de Preparo:

Num liquidificador, adicione o milho verde, o óleo, o açúcar, o fubá, os ovos e a farinha de trigo, depois bata até obter uma consistência cremosa.

Acrescente o coco ralado e o fermento, misture novamente.

Acrescente a cerveja e misture.

Despeje a massa em uma assadeira untada e leve para assar, em um forno médio a 180 °C, preaquecido por 40 minutos.

Fonte da receita: Tudo Gostoso (contém adaptações)\
Com informações de: Brasil Escola, Ministério do Turismo e Mundo Estranho

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Bom de Frio

Ah, o inverno! Época de desempacotar todos aqueles casacos, cachecóis, meias de lã e mantas guardadas do ano passado. Embora o inverno comece oficialmente nesta quinta-feira, dia 21 de junho, é hora de se preparar para encarar a estação mais charmosa do ano de um jeito leve e divertido. Como? Com uma boa cerveja, é claro.

Uma boa dica para quem quiser manter o espírito cervejeiro durante esta não-tão-agradável temporada de frio é escolher como sua companhia de mesa uma bebida mais encorpada. Em geral, mas não exclusivamente, cervejas inglesas do tipo Ale cumprem bem este papel. Além de se recomendar servi-las numa temperatura ambiente – aqui, diga-se de passagem, ambiente da Inglaterra, também conhecido como inverno no Brasil –, as cervejas inglesas Ale irão também harmonizar com refeições mais pesadas, que envolvam algum tipo de assado ou grandes quantidades de massas. E como ninguém pretende tirar a roupa para ir à praia tão cedo, é hora de aproveitar as calorias extras para mergulhar num mundo sensorial dos prazeres sem culpa, mas com muito sabor.

Começando pela menina dos olhos, a queridinha entre os cervejeiros, a famosa Indian Pale Ale (IPA) é mundialmente reconhecida por seu forte amargor, leve sabor frutado e um refrescante toque cítrico. Servida idealmente numa temperatura entre 7ºC e 10ºC, uma IPA combina com uma boa carne em cocção a fogo lento e harmoniza bem com uma comida mais picante. Além de ser uma combinação quente, o alto teor do lúpulo irá suavizar os efeitos da pimenta em sua boca, garantindo uma boa experiência invernal, sem maiores efeitos colaterais.

A nossa segunda recomendação é a cerveja estilo Porter. Esta velha inglesa, cujo nome de batismo advém da região portuária do Atlântico Norte, reflete sua história numa mistura de orgulho e força. Durante os meses de inverno, a classe trabalhadora dos portos da Irlanda e da Inglaterra optava por uma bebida mais robusta, porém geralmente mais equilibrada em amargor, se comparada a uma IPA. Vale a pena comprar um tradicional pint inglês e brindar como um bom marujo. Idealmente servida entre 7ºC e 10ºC, uma Porter pode até ser um pouco difícil de se encontrar por aí, mas uma coisa afirmamos: vale a pena.

Já se o seu negócio é mergulhar de cabeça numa aventura etílica pra lá de tradicional, convidamos-lhe a vestir a sua melhor roupa para ir à missa e saborear uma Doppelbock.

Criação divina dos monges de São Francisco de Paula da Baviera, Alemanha, esta cerveja é também conhecida como “o pão líquido”, outrora servida especialmente durante os tempos de jejum de alimentos sólidos entre os religiosos. Impenetravelmente escura, assustadoramente alcóolica (entre 7% e 12% ABV) e riquíssima em sabor, você não precisa fazer nenhum voto de castidade para poder deliciar-se com esta maravilha: basta uma geladeira regulada entre 8ºC e 12ºC, um belo assado de porco no forno e um charmoso copo tulipa na mão.

Com uma destas três companhias, certamente você vai se sentir abraçado pelo calor de uma boa e tradicional cerveja, quem sabe até desejando que esta fria temporada se prolongue mais um pouquinho…

Com informações de: Beer& Brewing Magazine, The Pruce Eats

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Bom Saber Curiosidades

O Amor Está no (B)Ar!

Não tem para onde fugir, não tem como escapar: para todo lado que você virar, onde quer que olhe, corações espalhados pelas vitrines e imagens de casais apaixonados recheiam as ruas da cidade. E mesmo que você evite sair de casa nesses dias, certamente a sua timeline também estará inundada com apenas um assunto: Dia dos Namorados.

Comemorado no dia 14 de fevereiro na maioria dos lugares do mundo, o Dia de São Valentim faz uma homenagem ao bispo Valentim, que desafiou as ordens do imperador romano Claudio II, o Gótico, e sentenciado à morte por se casar mesmo sob proibição real, foi canonizado pelo papa Geládio em 496 d.C. O mártir do amor, segundo a lenda, enviou uma carta de despedida à amada: originando a famosa troca de bilhetinhos e juras eternas neste dia.

Uma versão menos romântica e um tanto sinistra diz respeito à uma antiga tradição romana, uma festa pagã chamada Lupercalia, que acontecia também no mês de fevereiro. Em comemoração ao fim do inverno no Hemisfério Norte e passagem para o calor e a primavera, os antigos romanos pré-cristãos sacrificavam animais e faziam adoração aos sacerdotes purificadores de maus espíritos. O ritual não pegava nada bem para a Igreja Católica que acabou o substituindo, quase dois séculos depois, pela história de Valentim.

Brasil do Contra

Nem sacrifícios de animais e nem São Valentim. Apesar de importar a língua, a religião e diversos costumes dos portugueses, o brasileiro acabou se apegando mesmo à figura de Santo Antônio de Pádua – o santo casamenteiro. Comemorado oficialmente no dia 13 de junho em todo o mundo católico, o Dia de Santo Antônio de Pádua foi o ponto de partida para que o então publicitário João Dória (pai do atual prefeito da cidade de São Paulo) criasse uma data que estimulasse o comércio nacional. Em 1949, com o slogan “não é só com beijos que se prova o amor”, a véspera do santo casamenteiro acabou ganhando adeptos por todo o Brasil.

Hoje, o Dia dos Namorados representa a terceira maior data comercial no país, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. Segundo o último relatório produzido pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de 2017, espera-se que mais de 1,6 bilhões de reais sejam movimentados em decorrência do amor.

Para você que está casando, namorando, enrolando ou simplesmente paquerando, parabéns: o amor está no ar. Já você que está solteiro ou solteira, é hora de caçar a sua metade da laranja. Pois felicidades: o amor está no bar.

Com informações de BBC Brasil e Governo Brasileiro

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Bom de Fazer Carnes

Cerveja na Chapa

O Dia Mundial do Hambúrguer é comemorado em 28 de maio. Por isso, nada melhor do que prepararmos, nós mesmos, uma singela homenagem à esta deliciosa peça da comida rápida, de sucesso internacional.

Embora muitos encarem o hambúrguer como uma receita tipicamente norte-americana, mais especificamente dos Estados Unidos, há indícios de que os povos tártaros comiam “fast-food” muito antes dos colonizadores europeus chegarem à América. Hoje em dia, os historiadores possuem indícios suficientes para concluir que a população nômade que vivia entre a Rússia e a Turquia por volta do século 12 e 13 parava para comer uma carne relativamente passada por conta do longo tempo de transporte a cavalo, amontada em formatos do atual hambúrguer.

Cerca de 600 anos depois, os alemães já haviam incorporado (e refinado) a receita como é conhecida hoje. Ao cruzarem o Atlântico no início do século XX para buscarem melhores oportunidades de vida na América, a menina dos olhos e terra da prosperidade numa Europa arrasada pelas guerras, acredita-se que o Porto de Hamburgo, pelo quaL os alemães adentravam o Novo Continente em Nova York, foi a porta de entrada para a popularização daquela carne “ao estilo de Hamburgo” – daí advém o nome “hambúrguer”.

Para se ter uma ideia, o registro oficial mais antigo que se tem desta iguaria na cidade de Nova York é de 1836. Com a chegada cada mais proeminente de alemães na cidade, foi apenas uma questão de tempo para que a receita germânica fosse adotada massivamente pelos norte-americanos.

No Brasil, a primeira cadeia de comida estilo fast-food foi aberta em 1952 na Rua Raimundo Correa, em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, pelo americano Robert Falkenburg.

Agora, como dizem por aí, “fácil mesmo é comer, quero é ver é fazer!”. Por isso, é hora de arregaçar as mangas, chamar o(a) mestre cuca que há dentro de você e embarcar nesta onda americana – quer dizer… alemã, quer dizer… tártara, quer dizer… nossa.

Hambúrgueres Defumados de Cerveja Com Molho Cremoso de Mostarda

Ingredientes:

  • 900g de carne magra moída
  • 150g de queijo Gouda defumado e cortado em cubos de 0,6cm a 1,3cm
  • 1 cebola média ou 1/2 cebola grande
  • 2 colheres de chá de páprica doce defumada
  • 1 colher de chá de cominho em pó
  • Tempero para grelhados (recomendado: Montreal Steak Seasoning)
  • Sal grosso e pimenta do reino moída na hora
  • 2 dentes de alho ralados ou finamente picados
  • Punhado generoso de salsinha fresca finamente picada
  • 1 colher de sopa de molho inglês
  • 1/2 garrafa (350ml) de cerveja clara
  • Azeite de oliva extravirgem para regar
  • 1/2 xícara de mostarda marrom picante
  • 1/4 a 1/3 xícara de sour cream
  • 2 a 3 colheres de sopa de endro fresco picado ou 1 colher de chá de endro seco
  • 4 pães de hambúrguer cortados ao meio e levemente tostados
  • Alface de folha verde ou roxa para cobrir
  • Picles doces fatiados para cobrir

Modo de Preparo:

  • Preaqueça a grelha em temperatura média-alta.
  • Coloque a carne em uma tigela e adicione o queijo. Descasque a cebola e corte ao meio, se estiver utilizando meia cebola. Rale cerca de 3 a 4 colheres de sopa de cebola diretamente sobre a carne na tigela. Pique a cebola restante e reserva para cobrir. Adicione os temperos à carne: páprica, cominho e cerca de 1 colher de sopa de tempero para grelhados e/ou um pouco de sal e pimenta. Adicione o alho, salsa, molho inglês e cerveja, e em seguida molde 4 hambúrgueres grandes tornando-os um pouco mais finos no centro do que nas bordas.
  • Os hambúrgueres incham quando cozidos, portanto isso os torna uniformes. Regue um pouco de azeite sobre os hambúrgueres e então grelhe por cerca de 4 minutos de cada lado para o ponto médio-malpassado, 5 minutos de cada lado para ao ponto e 6 a 7 minutos de cada lado para bem passado.
  • Misture a mostarda e sour cream com o endro.
  • Coloque os hambúrgueres sobre as metades inferiores dos pães e cubra com a alface, picles e cebola crua picada. Passe o molho nas metades superiores dos pães e sirva.

Fonte da Receita: Food Network
Com informações de: Britannica, Calendarr, Fatos Desconhecidos

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Tudo vai bem com uma IPA na mão

Verdade seja dita: a IPA é a menina dos olhos quando o assunto é cerveja. Diríamos que 9 em cada 10 cervejeiros a recomendam, enquanto 1 deles finge não gostar. Por detrás desta estatística 100% imprecisa residem alguns fatores importantes, que tornam a Indian Pale Ale tão popular entre os apreciadores da bebida: aroma, corpo e sabor. E isso, a IPA tem de monte.

Como comentamos neste post anterior, seu amargor acentuado e ligeiramente frutado, em decorrência dos cereais e estéreis utilizados, fazem com que alguém que nunca tenha tomado uma IPA antes não se esqueça tão fácil desta primeira experiência. Por isso, que tal trazer um cervejeiro novato para o lado luminoso da Força e impressioná-lo de uma vez por todas com um belo menu degustação que harmonize com a sua IPA?

O roteiro é clássico e não parece ser muito difícil de se lembrar: uma cerveja mais encorpada e forte acompanhará uma comida igualmente mais pesada e forte. Especificamente no caso da IPA, por conta de seu alto teor de lúpulo e amargor, além de um bom grelhado ou receitas que envolvam uma cocção em fogo lento, recomenda-se harmonizar esta bebida com uma comida mais picante. Não se preocupe: justamente o alto teor de lúpulo irá ajudar a diminuir a sensação do picante em sua boca.

Com a eminencia do inverno, mas com belas tardes de sol neste outono, uma boa carne assada e uma IPA na mão serão pedidas excelentes. Descubra as nuances e os sabores da sua própria bebida predileta ao combiná-la com uma comida que lhe traga uma memória afetiva. A sensação é de redescobrir um terreno que você pensava já estar dominado, com novos sabores e sensações.

Além da mencionada carne assada acima, comidas quentes como pimentão recheado, nachos e tortilhas mexicanas, curry de carne com batatas e um salmão grelhado são ideais para acompanhar a sua IPA.

Saúde… e bom apetite!

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Bom Saber Curiosidades

Cervejoduto

No princípio era o aqueduto e o aqueduto estava com o povo. Todas as águas eram transportadas por lá, através de suas pontes exuberantes ou simples construções que traziam prosperidade, segurança e alimento às lavouras. Fosse no famigerado Império Romano, na Grécia antiga ou na dinastia Zhang de Han, no império chinês, onde havia água, haveria de ter um aqueduto. Com o tempo e a evolução tecnológica, o transporte tubular foi se sofisticando e trazendo outros importantíssimos recursos naturais, como o gás, o petróleo e – por que não? – cerveja. Isto mesmo: cerveja.

A notícia não é nova, mas pode causar espanto a quem nunca tenha ouvido falar em cidades ou regiões específicas no mundo em que encanamentos especializados levam a nossa bebida favorita direto à uma torneira sagrada. Alguns dos exemplos mais famosos atualmente se encontram na Europa: as cidades de Bruges (Bélgica), Randers (Dinamarca) e Gelsenkirchen (Alemanha) todas possuem um sistema de transporte de cerveja especializado, apelidado aqui carinhosamente por “cervejoduto”.

Por debaixo da turística e medieval Bruges, um encanamento de mais ou menos três quilômetros atravessa a cervejaria De Halve Maan e leva o líquido sagrado para o outro lado da cidade, direto à fábrica de engarrafamento sem – com o perdão do trocadilho – engarrafamento nenhum ao longo do caminho. Isto é, são 12.000 garrafas de cerveja enchidas a cada hora através deste método incomum. Segundo Renaat Landyut, então prefeito da cidade, relatou ao jornal inglês The Guardian, sua primeira reação sobre a construção do cervejoduto foi de espanto: “Oh meu Deus! Mas o que eles estão pensando?”. Mas ao perceber que isto reduziria dramaticamente o número de caminhões específicos para este tipo de transporte e a drástica diminuição de emissão de CO2 no ar, eventualmente acabou topando o projeto mirabuloso.

“Ah, mas não era bem isso o que eu estava imaginando”, deve se indagar o leitor ou a leitora, desapontado(a) com a ideia de não haver um encanamento de cerveja ligado direto com o copo do consumidor. Pode ficar tranquilo, tem mais.

A cidade de Gelsenkirchen, lar do clube de futebol FC Schalke e seus 200 mil habitantes, poderá vibrar ainda mais feliz cada partida vencida ou simplesmente afogar as mágoas nas tristes derrotas. Isto porque a Veltins-Arena, o estádio local com capacidade para 60 mil espectadores, possui exuberantes cinco quilômetros de rotas subterrâneas, recheados de canos de cerveja. Conectados com um reservatório adequado às ocasiões, são cerca de 52 mil litros da bebida despejados diretamente no copo dos fãs a cada partida. Isto é o que chamados de gol.

Se antigamente apenas os recursos mais básicos e necessários eram transportados pelos aquedutos e posteriormente aperfeiçoados com a graça da vontade humana e muita tecnologia, nós cervejeiros e cervejeiras do mundo só podemos sentir orgulho de contribuir com esta demanda por soluções mais práticas, energicamente limpas e divertidas.

Por fim, uma coisa é certa: nunca se esqueça de fechar a torneira. Consumo bom é um consumo com responsabilidade.

Com informações de: Broken Secrets, SCM Transportation, The Guardian e Wikipédia

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Bom de Fazer Doces e Sobremesas

Um brinde à todas as mães

Pode anotar no seu calendário. Dia 13 de maio agora comemora-se não uma, mas duas datas especiais: o Dia das Mães e o Dia do Chefe de Cozinha. Para os mais afortunados, aqueles que possuem uma mãe chefe de cozinha, é hora de presenteá-la em dobro com uma deliciosa receita caseira.

No Brasil, comemora-se o Dia das Mães no segundo domingo do mês de maio. A data incorporada nos Estados Unidos no início do século XX foi trazida ao nosso país em 12 de maio de 1918, começando pela cidade de Porto Alegre. Na época, fora a Associação Cristã de Moços (conhecida mundialmente por seu acrônimo em inglês “Y.M.C.A” – ou aquele hit de sucesso da banda Village People). Com a popularização da festa e a pedido da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, o então presidente Getúlio Vargas tornou o segundo domingo de maio sua data comemorativa oficial em todo território nacional em 1932.

Segundo o Jornal do Comércio, trata-se da segunda melhor época para o comércio no Brasil, atrás apenas do Natal. Só neste ano, de acordo com as estimativas do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas, mais de 111 milhões de brasileiros devem ir às ruas presentear suas mães neste domingo, o que significa uma injeção de mais de 17 bilhões de reais nos setores de comércio e serviço.

Já o Dia do Chefe de Cozinha nasceu há menos tempo, em 1999. Tal data foi criada pela Associação Brasileira de Alta Gastronomia (ABAGA), cujo intuito foi “homenagear o ato e o prazer de cozinhar”.

Por isso que tal dar um presente original, feito por você mesmo(a)? Além de evitar filas e mais filas nos centros comerciais para aquelas compras de última hora, você poderá retribuir os anos de cuidado e deliciosos pratos maternos com apenas um gesto. Não se preocupe se por acaso você for apenas um filho ou uma filha sem talentos para a culinária, a receita abaixo é fácil de se fazer e não requer dons extraordinários, apenas muito amor, carinho e dedicação – ou seja, tudo isso que você aprendeu ao estar ao lado de sua mãe.

Bolo de Cerveja

Ingredientes:

  • 150 ml de cerveja clara
  • 2 colheres de fermento em pó
  • 200 g de margarina
  • 350 g de farinha
  • 4 ovos
  • 400 g de açúcar

Modo de Preparo:

  1. Amasse e bata muito bem a margarina com o açúcar até obter um creme esbranquiçado.
  2. Adicione os ovos, um a um, e a cerveja, mexendo e batendo durante 2 minutos.
  3. Junte a farinha e o fermento, em chuva, continuando a mexer até a farinha estar bem incorporada.
  4. Unte e polvilhe uma forma, deite nela o preparado e leve a cozer em forno médio (180º C) cerca de 40 minutos.

Fonte da Receita: Doces Regionais
Com informações de: Calendarr, Jornal do Comércio, Wikipédia

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Kölsch

Você é do tipo que adora carimbar seu passaporte pelo mundo e sempre arranja uma boa desculpa para dar uma escapulida para algum lugar exótico, fora da rota turística? Você também é do tipo que aprecia uma boa cerveja e está sempre disposto(a) a conhecer uma variedade nova desta rica cultura? Então venha conosco, pois hoje embarcaremos para Colônia, na Alemanha.

Para além da tríade mais conhecida pelos turistas brasileiros – Berlim, Hamburgo e Munique – a cidade de Colônia possui uma história repleta de cicatrizes deixadas pelas duas grandes Guerras Mundiais, mas também uma linda arquitetura e rica cultura pautada na superação destes tempos difíceis.

Foi em 1906 que a cervejaria Sünner resolveu resgatar uma antiga técnica de fermentação outrora deixada para trás havia alguns séculos, na qual a bebida era fermentada a temperaturas mais elevadas (entre 13ºC e 21ºC) e posteriormente armazenadas em temperaturas mais baixas. Embora não fosse o sucesso de vendas e a queridinha da região naquele início de século XX, tanto a cervejaria quanto esta bebida, batizada posteriormente de “Kölsch”, conseguiram sobreviver os bombardeios da Segunda Guerra. Para se ter uma ideia da “sorte”, das mais de quarenta cervejarias que havia em Colônia, apenas duas seguiram em pé.

Antes tarde do que nunca, a fama viria a chegar mesmo nos anos 1980, com um aumento repentino de vendas das cervejas Kölsch em mais de 500% em menos de uma década. Conscientes do ouro líquido que tinham em mãos, foi em 1986 que 24 cervejarias de Colônia se associaram na “Convenção de Kölsch” e batizaram oficialmente este estilo único de produção, filho autêntico coloniano.

Visualmente, trata-se de uma cerveja clara (entre 3 e 6 SRM), com leve amargor (entre 18-28 IBU) e com graduação alcóolica que varia de 4,8% a 5,3 ABV. Segundo o portal norte-americano “Beer Judge Certification Program”, referência mundial no assunto, “um aroma delicado de fruta, produto da fermentação, será melhor percebido do que o aroma do malte”. Sugere-se, também, que a cerveja Kölsch seja preferencialmente consumida entre 4,5ºC e 7ºC num copo alto, cilíndrico e fino – conhecido também como Stange ou Kölsch glass.

Para um estilo que sobreviveu verdadeiramente a inúmeros percalços da História, respeito e tradição por esta cerveja é um tema de orgulho em Colônia. Por isto, se você der um pulinho pela região da Renânia do Norte-Vestefália e quiser se enturmar com o povo local, pergunte se eles servem Kölsch. Você certamente será recebido com outros olhos.

Com informações de: Craft Beer, Kegerator e Wikipédia

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Bom de Fazer Doces e Sobremesas Receitas Típicas

Abacaxi Caramelizado na Cerveja Escura

O abacaxi está para as frutas assim como o leão está para os animais: com sua vasta coroa, cores vibrantes e pele trançada, pode-se brincar que o abacaxi é o rei da feira.

Para se ter uma ideia de sua importância, o abacaxi ganhou a medalha de bronze no ranking de produção frutífera no início de 2016, ficando atrás apenas da produção de laranja e da banana daquele ano. Segundo os dados do IBGE, só em 2015 foram produzidas quase 3,5 milhões de toneladas de abacaxi no Brasil. Isto corresponde a quase 9% de toda a produção de frutas no país.

Embora hoje em dia sua produção esteja mais concentrada nos estados de Minas Gerais, Pará e Paraíba, o abacaxi vinha sendo cultivado pelos povos indígenas no centro-oeste brasileiro muito antes desta região conhecer o homem branco. Da origem de duas palavras na língua tupi “ibá” (fruto) e “katí” (de cheiro intenso) – nasceu o nosso “abacaxi”. Mas foi no dia 4 de novembro de 1493, ao embarcar na Ilha de Guadalupe, que Cristóvão Colombo provou a iguaria e a fez levar, literalmente, para todos os continentes do planeta.

Para além de rentável e saboroso, o abacaxi é rico em vitaminas C, B1, B6, ferro, magnésio e fibras. Entre outras propriedades naturais, o portal Boa Forma afirma que esta fruta coroada poder ajuda-lo a perder peso se consumido após as refeições; ajudar no alívio das dores pós-treinamento; ajudar no ganho de massa muscular durante os treinamentos; possui uma ótima ação anti-inflamatória – reduzindo chances de incidência de câncer a osteoartrite –, além de deixar o sistema imunológico mais forte e alerta.

Pelo fato do Brasil ser um dos maiores produtores mundiais dessa fruta, você não precisa arranjar muitas desculpas para começar a consumi-la já. Abaixo, encorajamos a você dar uma turbinada na sua sobremesa com alguns goles de cerveja escura.

Bom apetite!

Abacaxi Caramelizado na Cerveja Escura

Ingredientes:

  • 1 abacaxi
  • 150g de açúcar
  • 50g de manteiga sem sal
  • 200 ml de cerveja escura
  • 1 vagem de baunilha

Modo de Preparo:

  1. Corte a coroa e a parte debaixo do abacaxi e descasque-o. Retire o miolo duro e deposite o abacaxi numa assadeira. Deixe descansando.
  2. Prepare o caramelo: corte a manteiga em pedacinhos e reserve. Numa panela grande, adicione o açúcar, uma colher de sopa de água e mexa sem parar. Quando o açúcar começar a caramelizar, adicione a manteiga em pedaços e a cerveja aos poucos.
  3. Coloque a vagem de baunilha no centro do abacaxi e jogue um pouco do caramelo no centro da fruta (reserve bastante quantidade para depois).
  4. Dica: mantenha o caramelo em fogo baixo e mexa-o de vez em quando para não se solidificar inteiramente.
  5. Leve o abacaxi com a assadeira no forno a 180ºC durante 45 minutos e a cada 10 minutos regue a fruta com o caramelo.

Fonte da receita: Marmiton
Com informações de: Brasil Escola, Mundo Boa Forma, Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Estado de Paraná, Wikipédia

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Bom Saber Curiosidades

Faça Cerveja, Não Faça Guerra: Um Oktoberfest na Palestina

Um judeu de Israel, um cristão do oriente e um muçulmano da Palestina reunidos ao redor de um chope: a imagem pode parecer ficção, mas trata-se da realidade do Oktoberfest de Taybeh, um vilarejo bíblico milenar situado a uns 30 km ao norte de Jerusalém —

Encravada sobre uma colina rodeada de campos de oliva, a pequena Taybeh é o último local considerado inteiramente cristão dentro dos territórios palestinos ocupados (incluindo a Cisjordânia e a faixa de Gaza). Todos os anos no começo do outono, cerca de quinze mil pessoas do mundo inteiro vão à Taybeh só para participar do festival. No programa tem-se: degustação de cerveja artesanal durante o dia e shows de música à noite, tudo dentro de um ambiente amigável e descontraído. À primeira vista, não é possível diferenciar este Oktoberfest dos outros festivais homônimos espalhados na Alemanha e no resto do mundo.

A emissora de televisão francesa Canal+, na época cobrindo a 12ª edição do evento numa reportagem emocionante, trouxe luz à uma realidade distinta da habitual retratada zona de conflito, na qual a menor das manifestações culturais ganha necessariamente uma dimensão política e/ou polêmica. Para os organizadores, o festival surge como uma resistência pacífica ao conservadorismo religioso e, sobretudo, à ocupação israelense.

Pioneiros da cerveja palestina

A origem deste Oktoberfest se encontra na família Khoury. Vivendo uma vida de refugiados em Massachusetts, nos Estados Unidos, os dois irmãos Nadim e Davd Khoury decidem voltar à Taybeh, sua cidade natal, durante os acordos de paz de Oslo em 1993. Estimulados pelo pai, eles decidem concretizar um projeto que até então era impossível: abrir sua própria cervejaria artesanal na Palestina.

Em 1994, após obterem uma autorização pessoal de Yasser Arafat (presidente da Autoridade Palestina na época), os Khoury investiram mais de 1 milhão de dólares na criação da cervejaria Taybeh, que daria luz à primeira cerveja de mesmo nome no ano seguinte.  Segundo o portal RateBeer, a cervejaria já conta com 12 variedades da bebida.

Hoje em dia, os filhos Canaã e Madis assumiram grande parte do negócio, tornando Madis provavelmente a única mulher produtora de cerveja em todo Oriente Médio. A empresa familiar produz cerca de 600 mil litros de cerveja por ano e atualmente exporta para uma dezena de países do Ocidente.

Uma vez que a publicidade alcóolica é completamente proibida nos territórios ocupados, os Khoury optaram por uma via local, no boca a boca, replicando a célebre fórmula alemã da Oktoberfest para promover sua marca. Para esta família, este festival representa também a chance de atrair os olhos da comunidade internacional para a diáspora dos cristãos no Oriente e as ameaças religiosas que eles enfrentam por lá.

Apesar das diversas dificuldades que eles encontram ao longo do caminho, incluindo a escassez de água para produção de cerveja no meio do deserto, a excessiva taxação do produto pelo governo local, os embates e barreiras religiosas que eles têm que enfrentar todos os dias, os Khoury continuam a prosperar graças ao seus próprios esforços e ao festival de cerveja. Segundo Maria Khoury, a escrivã da família: “num ambiente onde não se sabe jamais o que o amanhã nos reserva, reunir-se neste festival é a única certeza do próprio amanhã”.

*Texto original publicado por Rue89Lyon, de autoria de Vincent Grange. O conteúdo foi traduzido e adaptado para o portal Bom de Beer.