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A origem do Oktoberfest

Todo bom amante de cerveja que se preze já sonhou, pelo menos uma vez na vida, poder carimbar o seu passaporte na Alemanha e visitar a maior feira mundial da bebida, também conhecida como Oktoberfest. Mas, uma dúvida que poucos realmente ousam responder é: de onde surgiu esta festa?

Literalmente “festa de outubro” em alemão, a história do Oktoberfest remonta ao casamento do Rei Luís Primeiro da Baviera com a Princesa Teresa Carlota Luisa Frederica Amália de Saxe-Hildburghausen em 12 de outubro de 1810. Através de uma celebração pública nos jardins em frente aos portões da cidade, o local foi rebatizado como “os campos de Teresa” em homenagem à futura rainha, ou Theresenwiesen em alemão – o que explica o motivo pelo qual o Oktoberfest é conhecido pelos habitantes de Munique como Wiesen.

O sucesso foi tão tremendo que resolveram repetir a brincadeira no ano seguinte, em 1811, com algumas atrações públicas inéditas, incluindo a primeira Exposição de Agricultura, e a tradicional corrida de cavalos da região. Com exceção de pouquíssimos anos ao longo desta história bicentenária (como as Guerras Napoleônicas em 1813 e a Primeira e a Segunda Guerra Mundial), a cidade de Munique passou a ser reconhecida regional, nacional e internacionalmente ao longo dos seus anos de existência por causa deste evento.

Apesar do nome, o Oktoberfest é comemorado a partir da metade de setembro até o comecinho de outubro. A mudança foi adotada por conta da instabilidade meteorológica do mês de outubro na Baviera, além de setembro ser um mês relativamente bem mais quente e com dias mais longos que o mês sucessor.

Com proporções absolutamente inacreditáveis, o Oktoberfest do século 21 atrai mais de 7 milhões de visitantes de todo o mundo, reunidos numa área de 420 mil metros quadrados – equivalente a mais de 42 campos de futebol oficiais –, que consomem nada mais nada menos do que 7 milhões de litros de cerveja – ou mais de três piscinas olímpicas da bebida – em apenas duas semanas de festa.

Caso você tenha perdido a comemoração deste ano, é possível já se programar para a farra do ano que vem. Em 2019, o Oktoberfest de Munique será celebrado entre os dias 21 de setembro e 06 de outubro. O site oficial do festival  oferece a programação completa do próximo evento, incluindo a venda de pacotes especiais, com atrações exclusivas.

Dos campos da rainha para o mundo: um brinde a todos os cervejeiros.

 

Com informação de: Delaware Saengerbund and Library Association, Prefeitura de Munique e Wikipédia

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Bom Saber Curiosidades

A Linguagem dos Boêmios

Quem já teve a oportunidade de viajar para fora do país ou tentou contar uma história para um gringo sabe do que estamos falando: às vezes a gente trava na hora de falar outra língua, mas basta tomar alguns copos de cerveja para magicamente sermos fluente em qualquer idioma, até mesmo em russo. Brincadeiras à parte, de acordo com a ciência não se trata apenas de uma impressão, mas de um fato real que envolve todos os cervejeiros de plantão.

Segundo estudo publicado em conjunto pelas universidades de Cambridge, Liverpool (Inglaterra), Friburgo (Alemanha) e Maastricht (Holanda), o álcool pode ter efeitos benéficos na pronunciação de uma língua estrangeira para aqueles que estão em processo de aprendizagem de um novo idioma.

Tal pesquisa contou com a participação de 50 homens e mulheres nativos em alemão que haviam recentemente aprendido o holandês. Essas pessoas foram avaliadas previamente com o mesmo nível de capacidade de pronunciação na língua holandesa e, entre elas, foi distribuída aleatoriamente uma bebida com baixo teor alcoólico para metade do grupo, enquanto a outra metade recebeu uma bebida não-alcóolica. No papel do “gringo amigo”, um holandês nativo, com uma venda nos olhos, iniciava uma conversa informal com um dos participantes enquanto o papo era todo gravado. Ao final da conversa, o participante alemão fazia uma autoavaliação de como se sentia em relação a sua habilidade com o idioma estrangeiro e sua conversa era posteriormente analisada por um segundo avaliador nativo em holandês, sem que este soubesse se aquela pessoa havia ingerido álcool ou não.

Em relação à autoestima idiomática dos candidatos em si, tanto os que beberam álcool quanto àqueles que não beberam se avaliaram de maneira muito similar. Já os resultados dos avaliadores nativos de língua holandesa evidenciam que aqueles que ingeriram uma quantidade pequena de álcool se beneficiaram de uma pronúncia melhor e mais clara, e tiveram melhor desenvoltura gramatical em relação àqueles que não consumiram álcool.

Vale reforçar, no entanto, que o consumo excessivo de álcool pode ter o seu efeito poliglota invertido: as mesmas conclusões não valem para quem abusa da bebida alcoólica, causando o conhecido enrolar de línguas. Agora, para você que tem um inglês “avançado” e um espanhol “intermediário” no currículo e não sabe como melhorar a sua pronunciação, nós lhe damos uma boa dica: comece ensinando ao gringo ou à gringa como é que se bebe cerveja no Brasil.

Com informação de: Revista Exame e SagePub

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Bom Saber Curiosidades

Conheça 5 bares ao redor do mundo mais antigos que o próprio Brasil

Todo bom cervejeiro que se preze sabe que a arte de confeccionar uma boa cerveja é muito antiga. Mas se tem outra coisa que um bom cervejeiro entende ainda melhor, é justamente o respeito que nós, enquanto consumidores, temos por uma boa receita e a uma boa tradição na hora de entornar uma gelada.

Seja no boteco, num bistrô grã-fino ou naquela barraquinha na frente para a praia, cada qual tem um bar para chamar de seu. Por isso, hoje apresentamos cinco bares cuja tradição perdura há mais de 300, 500 ou – pasmem! –  até mesmo há mais de 1000 anos.

Confira abaixo 5 bares e restaurantes mais antigos que o próprio Brasil ao redor do planeta:

  • St. Peter Stiftskulinarium

        Localizado em: Salzburg, Áustria
        Idade: +1.200 anos

Curiosidade sobre o local: com o posto do restaurante mais antigo de toda a Europa, o primeiro documento que se tem registro sobre o local data do ano de 803. Incrustrado na Abadia de São Pedro de Salzburg e com uma majestosa entrada no estilo barroco, sentar-se em uma das onze mesas do local é garantia de uma viagem no tempo.

  • Sean’s Bar

         Localizado em: Athlone, Irlanda

         Idade: +1.100 anos

Curiosidade sobre o local: detentor do recorde mundial do bar mais antigo de toda a Europa ainda em funcionamento, o atestado de ouro do Livro Guinness dos Recordes confere à pequena cidade de Athlone, com pouco mais de 20.000 mil habitantes no interior da Irlanda, uma atração peculiar que recebe visitantes do mundo inteiro o ano todo. Beba uma tradicional pint quando estiver por lá.

  • The Bingley Arms

            Localizado em: Bardsey, West Yorkshire, Inglaterra

           Idade: +1.100 anos

Curiosidade sobre o local: outrora conhecido como “The Priest Inn”, ou Hospedaria do Padre em português, este classiquíssimo pub inglês também recebeu o selo Guinness dos Recordes por sua linda e próspera existência. Embora documentos evidenciem que este bar fosse inaugurado oficialmente no ano de 953, existem pequenas evidências que indicam que sua verdadeira abertura tenha sido quase meio século antes disso, em 905.

  • Staatliches Hofbräuhaus

Localizado em: Munique, Alemanha

           Idade: +400 anos

Curiosidade sobre o local: fundada no ano de 1589, mais ou menos no mesmo período da vinda dos portugueses ao Brasil, esta cervejaria oferece não apenas uma boa bebida, como também recebe seus clientes do século XXI com muita comida tradicional da Baviera. O casarão de três andares repletos de mesas e lustres pendurados são um charme à parte. Por conta da grande estrutura e da quantidade de salas oferecidas ali, é possível reservar um espaço particular, para você e seus amigos comemorarem exatamente como um alemão do século 16.

  • The White Horse Tavern

          Localizado em: Newport, Rhode Island, Estados Unidos

          Idade: +340 anos

Curiosidade sobre o local: mais antigo que o próprio Estados Unidos, esta taverna ainda fazia parte das propriedades da rainha da Inglaterra quando abriu suas portas em 1673. O casarão de cor escarlate, feito a antigo molde inglês à base de madeira, perdura até hoje em pé – assim como o seu estrito código de vestimenta. Para saborear uma boa cerveja, nada de mangas curtas ou shorts, é preciso estar, no mínimo, casual chic. Vai que a rainha passe por lá…  

 

 

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Bebidas Bom de copo Histórias da Cerveja

Scotch Ale: A Poderosa Escocesa

Era uma vez um país muito frio e chuvoso, em que boa parte do ano as terras desse lugar estão cobertas por uma fina capa de água intermitente, quando não tomadas pela fria geada e meses de neve. Nesta região dominada pelo verde musgo do solo sempre molhado, muitos homens e mulheres tentaram extrair o melhor da terra para a confecção de uma cerveja única e saborosa. Senhoras e senhores: bem-vindos à Escócia.

Com a impossibilidade de se cultivar um lúpulo de boa qualidade, as populações do norte do Reino Unido ou importavam a matéria-prima de regiões mais quentes do globo ou restringiam o uso do lúpulo com o resto útil que lhes sobrava em mãos. Não à toa, as Scotch Ales são conhecidas por seu baixo teor de amargor e um sabor acentuado puxado para o malte e o caramelo. Originalmente, este malte ligeiramente marrom foi sendo substituído ao longo do tempo pelo malte tostado e pela cevada não-maltada para preservar a sua coloração marrom-cobreada original.

Divididas em quatro subcategorias gerais, que variam da menor à maior densidade e graduação alcoólica, os subtipos recebem o nome da antiga medida de preço (e qualidade) utilizada no século XIX para um barril da bebida comercializada. A medida descrita com o símbolo de uma barra e um sinal negativo indicam quantos schillings, ou frações libra não-decimais, cada barril valia. São elas: Scotch Ale light 60/-, ou leve, com teor alcoólico de até 3,5% ABV; heavy 70/-, ou pesada, com teor alcoólico entre 3,5% e 4% ABV; export 80/-, ou exportação, com teor alcoólico entre 4% e 5,5% ABV e Strong Scotch Ale, ou forte, também conhecida como wee heavy, com teor alcoólico acima de 6% ABV.       

Pelo fato das Strong Scotch Ale possuírem geralmente, mas não obrigatoriamente, um tempo maior de fervura, a caramelização dos açúcares do mosto e o aumento da densidade do mesmo geram uma cerveja mais doce e ao mesmo tempo mais alcoólica. Por isso, recomenda-se harmonizar uma Strong Scotch Ale com carnes mais intensas, como carne de cordeiro e javali ou sobremesas não tão açucaradas.

Um brinde às terras altas!

Com informações de: BJPC, Cerveja Magazine, Cerveza Artezana, Goronah e Wikipédia

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Bom Saber Curiosidades

Quem não arrisca não petisca.

A cerveja Pilsner vem, é claro, da República Tcheca. No entanto, as coisas não são tão óbvias quanto parecem ser. Certa vez, os cidadãos de Pilsen ficaram tão insatisfeitos com sua cerveja que eles até derramaram-na toda na frente da prefeitura como forma de protesto. A partir daí, surgiu uma ideia brilhante.

Pergunte a um estrangeiro o que lhe vem à cabeça quando ele ouve as palavras “República Tcheca”. Sim, ele talvez responda “Skoda”, “Havel” ou “Praga”. Mas o que você, como cidadão tcheco, irá mais ouvir como resposta? “Cerveja”. Goste você ou não, é assim que funcionam as coisas.

Certamente, a cerveja já havia trilhado sua fama na Europa durante a Idade Média. Poder confeccionar a bebida era um dos maiores privilégios que uma cidade poderia ter. Se você pudesse fazer cerveja naquela época, você faria. A água dos poços públicos estava longe de ser limpa, por isso beber cerveja – ou pelo menos aquilo que se chamava de cerveja na época – era considerada uma opção mais segura. Levou-se muito tempo para que o mingau fermentado e turvo se parecesse com a bebida que conhecemos hoje.

Havia uma quantidade razoável de tipos de cerveja: as mais fracas eram bebidas no café da manhã; cada cidadão bebia, em média, três quartos de litro de cerveja por dia. A bebida era popular, com preços razoáveis e era encontrada facilmente. Mas ela era boa? Isso dependia. As ruas e praças abrigavam tabernas e cada local produzia a sua bebida da maneira que lhe convinha melhor.

Da sarjeta aos céus

A cidade de Pilsen, no oeste da Boêmia, não era exceção à regra. A arte de fazer cerveja surgiu desde a sua fundação em 1295. Os locais experimentavam a bebida com vontade e alegria nos mais de 260 estabelecimentos disponíveis. Os mais inventivos tentavam misturar uma série de ingredientes secretos, como ossos humanos moídos e pedaços de cordas. Não à toa que durante os tempos de Georg von Podiebrad (1478-1471), dizia-se que a cerveja local era “uma terrível mistura venenosa que produzia cálculos biliares e pontadas nos rins”.

Só que a cerveja local não foi melhorando com o passar do tempo. Muito pelo contrário: piorou. Se você estivesse, na época, à procura de uma cerveja mais palatável, você buscaria alguma outra proveniente da Saxônia ou da Bavária. Ao cabo, os aldeotas de Pilsen perderam a paciência com os produtores locais. Numa praça em 1838, eles derramaram 36 barris daquela mistureba horrorosa, intimando os produtores que “as coisas não poderiam continuar daquele jeito”. Em janeiro do ano seguinte, um plano simplesmente engenhoso foi bolado no encontro de cidadãos na prefeitura. Decidiu-se fundar conjuntamente uma fábrica de cerveja grande e moderna. A construção começaria de imediato e depois de apenas três anos de trabalho coletivo, a fábrica abriu suas portas sob o nome de Cervejaria Municipal de Pilsen (em tcheco: Měšťanský pivovar Plzeň).

Os fundadores não tinham grandes ambições. Os locais queriam apenas confeccionar uma cerveja robusta, de qualidade ao estilo bávaro. Para tal, eles chamaram o mestre cervejeiro Josef Groll de Vilshofen, cidade próxima à Passau.

A primeira leva, servida em novembro de 1842, saiu com gosto diferente do que o povo estava esperando: saiu ainda melhor do que o imaginado. Graças à combinação do lúpulo de Saaz, a água suave de Pilsen e o malte leve, esta não era apenas uma cerveja bávara, mas sim uma lager dourada de baixa fermentação. Durante a prova inaugural, dizia-se por aí que a bebida tinha “um sabor forte, excelente, desconhecido no mundo da cerveja”. Não é de se espantar, portanto, que ela rapidamente se espalhou por todos os bares de Pilsen e, em pouquíssimo tempo, também havia alcançado os estabelecimentos de Praga e Viena.

O mestre cervejeiro Josef Groll confirmou, portanto, um velho princípio conhecido: quem não arrisca não petisca. Graças aos novos ingredientes, ele tinha criado uma cerveja Pilsner completamente nova. Hoje, trata-se do tipo de cerveja mais vendido em todo o mundo.

 

Autora: Zuzana Lízcová / Goethe-Institut.

Texto sob licença Creative Commons para fins não-comerciais – Traduzido e editado do inglês ao português.

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Bom de Fazer Carnes Receitas Típicas

Rã na Cerveja

Antes que você faça cara de nojinho, saiba que a carne de rã é uma iguaria em muitos países do mundo, incluindo a França, Alemanha e Japão, por exemplo. Além de uma carne extremamente saborosa, trata-se de um alimento muito saudável.

De acordo com estudo divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no ano de 2009, a imigração europeia, notadamente a italiana, francesa, suíça e belga trouxe à América o hábito de consumir rãs em território nacional. Segundo a mesma pesquisa, as populações autóctones, indígenas, também já possuíam este hábito. Grandes ranicultores – aqueles que possuem criações de rãs – datam desde 1935 sua presença no Brasil, mas a produção e consumo deste tipo de alimento oscilou bastante durante o século XX e o início do século XXI.

O estudo também informa que a carne de rã possui 17% de proteína – teor semelhante à da carne de frango e de peixe –, baixo teor de colesterol – cerca de um terço em relação à carne de boi e menos da metade em relação à carne de porco – e “é muito prescrita para pacientes com carência de cálcio e osteoporose, por conter quantidade elevada de cálcio”.

Embora não haja estudos atuais conclusivos sobre a produção e consumo em território nacional, segundo o levantamento de 2016 feito pelo IBGE publicado pelo jornal O Globo, foram identificadas 160 toneladas de produção de rã no Brasil, embora este número pareça refletir apenas um terço da real produção no país. Isto significa, portanto, que somos o segundo maior produtor mundial de rãs, perdendo apenas para o Taiwan – país insular asiático notadamente conhecido pelo consumo deste anfíbio.

Em entrevista para o jornal Folha de Londrina, Sandra Akemi Bornia, proprietária do bar Izakaya, afirma: “Há preconceito só por causa do nome do prato, porque depois que as pessoas experimentam a carne, elas não costumam se arrepender. É um ótimo aperitivo, ainda mais acompanhado de uma cerveja gelada”.

Seguiremos seu conselho, Sandra: nada melhor do que abrir os horizontes para novas – e deliciosas – experiências. Um brinde!

 

Rã à Doré na Cerveja

Ingredientes

  • 6 rãs grandes
  • 1 dente de alho
  • Sal e pimenta a gosto
  • Suco de 1 limão médio
  • 100 ml de cerveja clara
  • Farinha de trigo para empanar
  • Óleo para fritar

Modo de Preparo

1.Tempere as rãs com o alho, sal, pimenta e limão.
2. Deixe descansar por 20 a 30 minutos com tempero na cerveja.
3. Passe na farinha de trigo, batendo bem para tirar o excesso.
4. Frite em óleo quente abundante.

Fonte da receita: Brejinha Boteco (contém adaptações)

Com informações de: Embrapa, Folha de Londrina e Globo Rural

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Bom de Fazer Doces e Sobremesas Receitas Típicas

Gelatina de Cerveja

Segundo o portal Origem da Palavra, o termo “gelatina” veio do francês (“gélatine”), que veio do latim (“gelu”) – que significa gelo – que por sua vez veio do indo-europeu, “gel” ou “frio”. Existem registros do uso da gelatina na culinária a partir do século XV na Inglaterra e desde 1754 é uma fórmula patenteada pelos britânicos. Hoje em dia, a gelatina é tanto utilizada para a culinária (doces, sopas e clarificação de bebidas, como a cerveja) quanto para usos mais técnicos e medicinais, como as capas das pílulas dos remédios que consumimos (totalmente digeríveis pelo nosso organismo) e extratos de cola.

De acordo com o website Encyclopedia.com, a gelatina foi provavelmente descoberta ao acaso: ao ferver os restos de ossos e gorduras de animais por mais de seis horas em fogo lento, obtém-se um caldo aglutinante. Durante a Idade Média, ter gelatina em casa era sinônimo de riqueza pois exigia muita mão de obra e carne para o abate.

Atualmente, existem dois tipos de gelatina: aquelas de origem animal, feitas a partir do colágeno da pele de boi ou porco e aquelas de origem vegetal, fabricadas a partir de algas. Após sua obtenção, o material é raspado, tratado quimicamente, filtrado, esterilizado, seco e moído. Ao colocarmos o pó da gelatina em água quente acima de 70ºC, rompe-se com a fraca ligação que une as tranças microscópicas do material. Elas se afastam uma das outras e, ao esfriar, a água ocupa o espaço entre as tranças, fazendo com que a gelatina ganhe este aspecto “meio líquido e meio sólido”.

Além de uma baita invenção, a gelatina é uma sobremesa universal que pode ser combinada com qualquer tipo de alimento e líquidos, incluindo frutas, chocolate e bebidas alcoólicas. Na receita de hoje, faremos uma versão para os amantes da cerveja.

Bom apetite!

Gelatina de Cerveja e Pêssegos

 Ingredientes

Gelatina de cerveja

  • 600ml de cerveja Lambic, preferencialmente de baixo teor alcoólico
  • 40g de açúcar refinado
  • 7 folhas de gelatina incolor

Gelatina de pêssegos e leite de coco

  • 300ml de água
  • 1 sachê de gelatina em pó sabor pêssego
  • 100g de leite condensado
  • 80ml de leite de coco

Gelatina de pêssegos

  • 150ml de água
  • 1 sachê de gelatina em pó sabor pêssego
  • Pêssegos em calda
  • 150ml da calda do pêssego

Modo de preparo

  1. Gelatina de cerveja

Hidrate as folhas de gelatina em água, de 2 a 3 minutos, depois esprema até sair totalmente o líquido. Use na sequência. Leve ao fogo 300ml de cerveja e ferva por 3 minutos, até evaporar o álcool. Coloque o açúcar e, fora do fogo, acrescente a gelatina hidratada. Dissolva bem todos os ingredientes, juntando mais 300ml de cerveja gelada. Comece a montagem da sobremesa em taças individuais, que será por camadas. Leve então ao refrigerador por 15 minutos a primeira gelatina, que é a de cerveja.

  1. Gelatina de pêssegos e leite de coco

Leve ao fogo 150ml de água para ferver. Retire do fogo e acrescente a gelatina em pó sabor pêssego e dilua bem. Acrescente mais 150ml de água gelada, o leite condensado e o leite de coco. Misture bem e faça então a segunda camada nas taças. Volte a gelar por 15 minutos.

Montagem do prato

Coloque fatias de pêssegos, ou picadinhos ou inteiros, em cima da segunda camada de gelatina. Isso você deve fazer quando esta segunda camada estiver quase firme. Faça então a terceira e última camada de gelatina de pêssegos cobrindo a fruta: coloque para ferver a água e dilua a gelatina, acrescente a calda de pêssegos gelada. Coe, e coloque em cima dos pêssegos assim fazendo a terceira e última camada de gelatinas. Leve por mais 15 minutos ao refrigerador e decore com pequenos quadradinhos feitos de gelatina de cerveja.

Fonte da receita: Revista Habitare (contém adaptações)

Com informações de: Encyclopedia.com, Origem da Palavra, Só Biologia, Superinteressante e Vida Ativa

 

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Bom de copo Histórias da Cerveja

Framboise

Numa pequena região a oeste de Bruxelas, capital da Bélgica, situa-se o lar de um importante – porém não tão conhecido – estilo de cerveja chamado Framboise ou Frambozen. Tanto em francês quanto em flamengo (as duas línguas oficiais deste país europeu) ambas as palavras significam o mesmo: framboesa.

Muito antes dos produtores de cerveja se utilizarem do lúpulo como aditivo de sabor à bebida, uma série de frutos e vegetais eram adicionados às cervejas de estação. E foi com base na framboesa que esta cerveja de trigo, de fermentação espontânea, ganhou seu destaque no mercado internacional.

Segundo o portal Beer & Brewing, a base desta cerveja lambic é de 30% a 40% de trigo combinados com 60% a 70% de cevada maltada. De acordo com o mesmo portal, “todo o lúpulo utilizado nesta produção de lambic é envelhecido intencionalmente com a finalidade de diminuir o óleo aromático e o iso-alfa-ácido, reduzindo o aroma do lúpulo e seus componentes de amargor”.

Durante seu processo de fermentação, o mosto é transferido a barris de carvalho e posteriormente passam por um processo de envelhecimento que pode durar até um ano. Após este longo período, adiciona-se então as framboesas para uma segunda etapa de envelhecimento que pode durar de um mês a outro ano inteiro, dependendo da demanda do produtor.

A composição de frutos verdadeiros ou xaropes de framboesa, além da adição de adoçantes naturais (ou não) varia de produtor a produtor. Por se tratar de uma bebida tipicamente seca e por muitas vezes considerada “azeda”, houve já o tempo em que açúcar era oferecido junto ao cliente para adoçar, a sua maneira, esta inusitada cerveja lambic.

Com um aroma inconfundível de framboesa, esta cerveja apresenta, em geral, uma coloração clara (entre 0 e 10 IBUs), medianamente encorpada e levemente ácida nas bebidas mais jovens. Ideal para ser servida a 7ºC, num copo lambic estilo flauta, esta iguaria europeia acompanha bem sobremesas de chocolate, sorvetes e caviar. Mais fino que isso, impossível!

 

Com informações de: BJCP, Beer & Brewing Magazine e Merchant du Vin

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Bom Saber Curiosidades

Lata na mão, uma grande invenção.

Não há nada melhor do que encerrar um bom dia de expediente, chegar em casa e ouvir a sua música favorita, ao vivo: o som de uma lata de cerveja se abrindo. Ainda que para você este prazeroso ritual possa ser uma coisa trivial, do dia a dia, saiba que você é um(a) sortudo(a). Há pouco mais de 80 anos, isto seria impossível.

De acordo com o portal Brewery Collectibles Club of America, o aniversário oficial da lata de cerveja é o dia 24 de janeiro de 1935, dia em que a primeira lata de cerveja foi comercializada nos Estados Unidos. Naquela época, uma lata de cerveja continha 3,2% de álcool, o máximo permitido após a abolição da Lei Seca no país.

Gosto metálico.

Para se ter uma ideia do quanto as latas de cerveja evoluíram de lá para cá, as primeiras bebidas portáteis eram vendidas como muitos alimentos comercializados ainda hoje no Brasil: em latas grossas onde é necessário um abridor de latas para abri-las. Entre as principais queixas dos consumidores da época, o gosto metálico em decorrência do atrito do material com o abridor e a excessiva perda de gás carbônico nesta abertura eram um dos principais fatores de rejeição para este tipo de consumo.

Entre 1942 e 1947, a produção de latas de cerveja foi interrompida nos Estados Unidos por conta da Segunda Guerra Mundial. Já em 1958, as novas latas de alumínio – mais baratas e ainda mais leves – foram introduzidas pelos norte-americanos ao mercado mundial.

O grande desafio tecnológico era poder manter a qualidade da bebida dentro de um recipiente que aguentasse a sua pressão e mantivesse o seu frescor ao máximo. Foi somente em março de 1963 que a então cervejaria Pittsburg Brewery Company trouxe o inovador “Pop Top”, ou lata “abre fácil”. Similar aos abridores atuais, o “pop top” constituía de uma abertura na qual todo o anel e parte da lata eram removidos na abertura. Doze anos mais tarde, em 1975, o mundo conheceria o anel de cerveja nos padrões atuais: sem alterar o gosto da bebida com um abridor e mantendo ao máximo as características originais da cerveja, as latas vieram para ficar.

Por isso, hoje, ao chegar em casa e celebrar a mais um dia vencido de trabalho, não se esqueça de brindar aos homens e mulheres que deram seu suor e dedicação à essa maravilhosa tecnologia que acabou mudando a maneira como consumimos e apreciamos a nossa bebida favorita.

 

Com informações de: Brewery Collectibles Club of America, The Spruce Eats e Wired

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Glossário da cerveja: conheça os principais termos cervejeiros

Gostar de cerveja todo mundo gosta, mas dentre as milhares de variedades no mundo desta bebida, sempre tem aquela que cativa mais o nosso coraçãozinho, que o faz bater mais forte quando provamos a nossa cerveja favorita novamente.