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Bom de Fazer Carnes Comida de Boteco

Linguiça no Melaço da Cerveja

Ela está presente em todas as aberturas de churrasco, em todos os menus de bares e em peças-chave da culinária brasileira, como a feijoada. Hoje, conheceremos um pouco mais sobre a história da popular e querida linguiça.

Não se tem exatamente um registro oficial da primeira linguiça que surgiu no mundo, uma vez que sua origem é mais do que milenar. Sabe-se, no entanto, que a linguiça apareceu como meio de preservação dos alimentos de caças, cuja carne picada era salgada, misturada com a gordura do animal e protegida por pele de tripa, numa espécie de bolsa em formato roliço.

A origem da palavra linguiça é associada à italiana “luganega”, que faz referência a um antigo povo da região histórica da Lucânia, ao sul do país, que confeccionava este tipo de embutido. Numa provável troca cultural gastronômica, os romanos associavam a trouxinha de carne como algo daquela região e se referiam a essa comida desta maneira.  

Segundo destacado no portal Wikipédia, um dos registros históricos mais antigos e famosos acerca deste tipo de alimento data do ano 60 d.C. – isto é, há quase dois mil anos. Em sua obra Satíricon, o escritor romano Petrônio descreve as aventuras do jovem Encólpio pela Roma Antiga quando, num jantar:

“Fuerunt tomacula super craticulam argenteam ferventia posita, et infra craticulam

Syriaca pruna cum granis Punici mali”.

– Isto é –

Linguiças que fumegavam numa churrasqueira de prata, e, embaixo da churrasqueira,

Havia ameixas, damascos e grãos de romã

Dos caçadores, passando pelo Império Romano até o seu prato nos dias de hoje, a linguiça viajou o Atlântico e foi trazida pelos portugueses no século XVI ao Brasil. Praticamente um sinônimo de churrasco na atualidade, não há nada melhor do que uma suave combinação apimentada com um refrescante gole de cerveja para alegrar a sua tarde. 

Linguiça no Melaço da Cerveja

Ingredientes

  • 480g de linguiça de carne suína
  • 1 xícara de açúcar mascavo
  • 1 lata de cerveja escura

Modo de preparo

Corte as linguiças em fatias não tão pequenas, misture o açúcar e a cerveja escura, leve ao fogo baixo para cozinhar. Mexa de vez em quando até o caldo caramelizar e reduzir. Em 40 minutos sua receita estará pronta.

Dica: cuidado para não deixar o melaço queimar ou ficar puxa-puxa demais, ele tem que ficar encorpado, um pouco mais líquido do que uma calda de pudim, por exemplo.

Fonte da receita: Na minha panela (contém adaptações)

Com informações de: Charcutaria Online, Fernando Barroso, Perseus Digital Library e Wikipédia

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Bom de copo Histórias da Cerveja

Da capital da cerveja ao seu copo.

Poucas bebidas no mundo têm um endereço fixo, um local para chamar de casa. Assim como nem todo espumante é champanhe, somente aquelas cervejas produzidas de uma maneira específica na cidade de Berlim ganham a alcunha de Berliner Weisse – ou a “branca berlinense”.

Também conhecida como a “champanhe do Norte” graças ao gosto do imperador Napoleão Bonaparte em sua invasão à Alemanha no começo do século 19, a Berliner Weisse nasceu no norte do país, na cidade de Hamburgo, e sua receita teria sido trazida à capital alemã por volta do século 16. Segundo pesquisa do jornal O Democrata, foi graças a um médico e mestre cervejeiro lá pelo século 17 que a bebida caiu no gosto do povo e passou a ser apreciada por toda a população. Também de acordo com a publicação, tratava-se da cerveja mais consumida pelos locais entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Um dos motivos é que, além do excelente baixo preço de venta, a Berliner Weisse possuía um quê de diferente das outras bebidas da região. Vamos por partes.

Na época, o regime de impostos alemão cobrava o valor das bebidas de acordo com o seu álcool por volume, hoje expressado pela sigla em inglês ABV (alcohol by volume). Bebidas mais fortes eram mais caras e, portanto, mais consumidas pela elite; já as bebidas menos alcóolicas eram menos caras e consequentemente mais populares. Mas ao contrário das tradicionais cervejas de trigo consumidas no mesmo período, a Berliner Weisse utilizava uma fermentação diferente, com o emprego de lactobacilos vivos no mosto, o que conferia menor teor alcóolico e uma surpreendente combinação de acidez e refrescância – embora, em termos de acidez, ainda menor do que uma Lambic tradicional.

Foi neste mesmo período que o bioquímico Max Delbrück conseguiu isolar a bactéria utilizada para a confecção da Berliner Weisse, batizando o lactobacilo com o sugestivo nome de Lactobacillus delbrückii. Quase um século mais tarde, este tipo de bebida ganhou o selo de Indicação Geográfica Protegida de Estilo da União Europeia por conta de sua produção e confecção originária, de acordo com as regras estipuladas pelos produtores locais.

Orgulho regional e de apreciação mundial, costuma-se indicar uma Berliner Weisse com alimentos mais gordurosos, como queijos, embutidos e peixes tipo arenque em sua harmonização. Com baixa presença de lúpulo e teor de amargor, que varia entre 3 e 8 IBU, de cor dourada clara, entre 2 e 3 SRM, e baixo teor alcoólico, entre 2,8% e 3,8% ABV, embora esta cerveja também tenha sofrido com o duro golpe da invasão das Lagers na segunda metade do século 19 na região, a Berliner Weisse parece renascer, mais brilhante do que nunca, em pleno século 21, com sua receita sendo exportada para o mundo todo.

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Bom Saber Curiosidades

A Cervejaria Mais Antiga do Mundo

Em nossa viagem etílica pelo globo, nós já demos algumas voltas nos bares mais antigos do mundo, incluindo um com mais de 1.200 anos de funcionamento em Salzburg, na Áustria. Não muito longe dali, no sul da Alemanha, por acaso reside a cervejaria em funcionamento mais antiga do planeta: conheça a magnífica história da Bayerische Staatsbrauerei Weihenstephan – ou apenas Weihenstephan, para os locais.

Como indicado no portal oficial da cervejaria, muito antes de sequer existir a Alemanha, o Sacro Império Romano-Germânico e o imperador Carlos Magno, nascia no ano de 725 o monastério beneditino de Weihenstephan sobre a colina Nährberg na cidade de Frisinga. Por ordem do milagroso São Corbiniano e seus doze discípulos, os monges passaram a cultivar lúpulo na vizinhança e lucravam com este cultivo ao produzir cerveja.

Duzentos anos mais tarde, em 955, o monastério passou por uma terrível crise ao ser saqueado por invasores húngaros que destruíram as plantações e o próprio edifício original da cervejaria. O resultado foi um longo e duradouro processo de reconstrução cujo desfecho mais alegre, um século mais tarde no ano de 1.040, foi a autorização da prefeitura de Freising para cultivar o lúpulo e vender a cerveja oficialmente à toda região.

Entre 1.040 e 1803, o local sobreviveu a todos os tipos de horrores e pragas da Idade Média. Dezenas de guerras internas e externas, a peste negra, mudança de tronos e até mesmo um grande terremoto. Mas nada havia preparado o local para a grande mudança que viria em 1803 com a Mediatização Alemã. Com o fim do Sacro Império Romano-Germânico em vista, a maioria das propriedades da Igreja passaram a ser domínio estatal e, por consequência, secularizadas. Em outras palavras, o monastério foi dissolvido e transferido para outra região, mas a cervejaria manteve o seu funcionamento – até hoje. Por este motivo, o nome completo da cerveja traduzido ao português é Cervejaria Bávara Estatal Weihenstephan, hoje propriedade do estado bávaro.

Nos dias atuais, o local também funciona como uma universidade de estudos superiores para os bons amantes de cerveja. Todos os anos, são produzidos quase 40.000 da bebida mais famosa da região, com o carro-chefe da casa sendo as cervejas de trigo clara e escura. Nesta aventura milenar, uma coisa é certa: a grande vencedora foi mesmo a própria cerveja.

Com informações de: Breja Justa, Weihenstephaner e Wikipédia

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Bom de Fazer Peixes e Frutos do Mar

Bacalhau na Cerveja

E lá se foi a Quaresma. Num país de maioria católica, como o Brasil, muitas pessoas aproveitaram a Páscoa para celebrar a Semana Santa que neste ano caiu entre os dias 14 e 21 de abril. Mas o que isso significa, afinal?

Lá no ano de 325 d.C., a Páscoa ficou estabelecida como o primeiro domingo após a primeira lua cheia do equinócio da primavera no Hemisfério Norte. Isto é, quando a estação das flores e da colheita se apresenta ao mundo e a Lua aparece totalmente iluminada pela primeira dentro deste período. Por este motivo a Páscoa é sempre um feriado móvel.

A simbologia não poderia ser mais clara: renascimento, ressurreição e hora de comemorar. Segundo a tradição cristã, foi no domingo de Páscoa que Jesus Cristo ressuscita à vida após o terceiro dia no mundo dos mortos. Trata-se, também, do fim dos quarenta dias de penitência, conhecidos como Quaresma, em que finalmente os cristãos já não precisam realizar o jejum diário segundo a Bíblia.

Já o bacalhau foi introduzido ao Brasil através da corte portuguesa. Lembrando que a dieta de carnes sempre foi um artigo de luxo ao longo da História, o bacalhau por se tratar de um produto relativamente popular na época, a preços acessíveis, este peixe representava a fartura na hora da celebração católica – um símbolo de opulência e de esbanjar a fartura.

Com apoio popular e muita devoção, os brasileiros fizeram do bacalhau um exemplo de prato típico na Páscoa. Hoje, nós trazemos uma receita turbinada aos que apreciam uma boa cerveja para, enfim, comemorar os felizes tempos de colheita e devoção.

Bacalhau na Cerveja  

Ingredientes

  • 600 g de bacalhau fatiado
  • 1,5 kg de batatas
  • 1 Pimentão Vermelho
  • 3 cebolas
  • 3 dentes de alho
  • 1 lata grande de tomate pelado
  • 1 lata de cerveja clara
  • 15 ml de azeite
  • Azeitonas pretas
  • Sal e pimenta

Modo de Preparo

Descasque as batatas, corte-as em rodelas grossas, lave-as, coza-as em água temperada com sal durante 15 minutos e depois escorra.

Descasque as cebolas e os alhos, corte as cebolas em meias luas finas e pique os alhos. Lave o pimentão, retire as sementes e peles brancas e corte-o em tiras. Leve a panela ao fogo médio com o azeite e alhos, deixe aquecer, adicione a cebola e deixe cozinhar até ficar macia. Adicione em seguida as tiras de pimentão, misture, junte o tomate pelado picado com o molho, mexa e deixe ferver. Junte então o bacalhau e a cerveja, deixe ferver, adicione sal e tempere com uma pitada de pimenta.

Ligue o forno a 180 graus. Coloque as batatas num pirex, cubra com a mistura do bacalhau e leve ao forno durante 30 minutos. Retire e sirva quente polvilhado com salsa picada e decorado com azeitonas pretas.

Fonte da Receita: Receitas e Menus (contém adaptações)

Com informações de: Significados

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Bom de copo Histórias da Cerveja

Eisbock: Vai uma gelada aí?

Seja ou não seja especificamente do seu agrado, uma coisa é fato: a maioria dos brasileiros gosta de uma cerveja gelada, se possível trincando. Talvez por conta do nosso clima tropical, da presença de longos verões, ou do acompanhamento de petiscos apimentados que costumam adornar a nossa mesa no bar, muitos encontram num copo cheio de cerveja ofuscado pelo frio a miríade do paraíso. Por isso, hoje, falaremos justamente de uma cerveja que nasceu nada mais nada menos do gelo. Hoje é dia de você provar uma Eisbock.

União das palavras “Eis” e “bock” em alemão, que significam respectivamente gelo e Bock (um estilo de cerveja), o seu surgimento é recheado de lendas e possíveis interpretações. A mais conhecida delas é a lenda do mestre cervejeiro e seu estabanado aprendiz – cujo descuido casualmente fez nascer este estilo de bebida. Segundo as boas línguas, no pequeno povoado de Kulmbach, na Alemanha, por volta do ano de 1890, o jovem aprendiz da cervejaria Reichelbräu acabou deixando um barril de cerveja bock no pátio do local, ao relento, sob o terrível frio invernal que fazia naquele ano. Ao encontrar o barril deformado no dia seguinte por conta do congelamento do líquido e com o produto supostamente perdido, o mestre cervejeiro, irado, obrigou ao novato a beber o que restava de líquido ali dentro. Para sua surpresa, o resultado do que não havia sido cristalizado era uma delícia, iniciando a era das Eisbock.

Imaginemos que uma Eisbock, portanto, seria uma espécie de sobra de uma raspadinha de Doppelbock que, após passar por um processo de congelamento parcial, retira-se apenas o líquido concentrado que ali restou. O resultado é uma bebida concentrada, de alto teor alcoólico – entre 9% e 14% de ABV – e de cor marrom escura, com tendências à cor rubi. Segundo a organização Beer Judge Certification Program (BJCP), reconhecida mundialmente por sua promoção à educação cervejeira, o aroma e o sabor de uma Eisbock são dominados pelo malte, com certa presença de álcool – que embora seja muito alto em relação a outros tipos de cerveja, aqui não se destacaria especialmente – e quase ou nenhuma presença de lúpulo.

Infelizmente, por conta de seu difícil e longo processo de confecção, uma Eisbock não é tão fácil de ser encontrada no mercado, o que aumenta ainda mais o seu custo na hora de investir numa dessas. Outro fato curioso é que, ironicamente, recomenda-se servir uma Eisbock entre 8ºC e 12ºC, temperaturas estas consideradas “quentes” para uma típica Lager brasileira.

Independente de como você gosta da temperatura de serviço da sua cerveja, se a sua vontade é se refrescar no calor, aqui vai a pedida: prove uma Eisbock, o sabor que veio direto do gelo.

Com informações de: BJCP, Del Grano a La Copa, Kegenerator e Wikipédia

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Bom de Fazer Receitas Típicas

Dia da Mentira – Feijão Vermelho

Pode até parecer mentira, mas o primeiro imperador do Brasil, o português Dom Pedro I, gostava mesmo era de um prato bem brasileiro: arroz, feijão e carne. Com diversos serviçais que provavam a comida do rei para ver se não estava envenenada, a fama do imperador trazia algumas consequências a sua vida pessoal.

Amado e odiado, Dom Pedro teve uma vida pessoal conturbada, com relatos de diversas crises de hiperatividade, ataques epiléticos e casos extraconjugais. Por se tratar de uma figura pública, nem mesmo ele, o rei, foi perdoado em primeiro de abril de 1828. Segundo a publicação “A Mentira”, que relatava a vida dos famosos da época, o periódico noticiou o seu falecimento – o que viria a acontecer apenas sete anos mais tarde, em 1834 em decorrência de uma crise de tuberculose. O jornal teve que se retratar no dia seguinte e desmentir a notícia.

Tanto Portugal quanto o Brasil já haviam aderido à famigerada data numa importação cultural francesa. Tudo isso porque, em 1584, o rei Carlos IX da França passou a adotar o calendário gregoriano cujo ano se iniciava em primeiro de janeiro. Diferente do calendário anterior, cuja mudança de ano era festejada em 25 de março, com a chegada da primavera europeia, o novo calendário foi rejeitado por uma parcela da população francesa que se recusava a comemorar o fim do ano em dezembro, passando a ser ridicularizada pelos demais cidadãos.

Entre outras brincadeiras, aqueles que não queriam que o ano novo se iniciasse em primeiro de janeiro passaram a ganhar presentinhos bobos e convites a festas em lugares que não existiam. De forma geral, esta brincadeira se extravasou pelos povos europeus e foi trazida à América, sendo celebrada até os dias de hoje.

Se as histórias que circulam sobre Dom Pedro I são reais ou não, talvez jamais saberemos, mas uma coisa é certa: hoje é um dia no qual todas as mentiras são, em parte, verdadeiras.

Feijão vermelho na cerveja

Modo de preparo

  1. Ponha o feijão de molho em água fria de véspera.
  2. Leve ao fogo os alhos picados, a linguiça cortada em rodelas e a margarina.
  3. Deixe saltear um pouco, adicione o tomate pelado sem sementes, cortado em quadradinhos, tape a panela e deixe ferver durante 5 minutos.
  4. Escorra o feijão, coloque-o numa panela, cubra com água fria e deixe-o ferver durante 20 minutos.
  5. Adicione o feijão depois de bem escorrido e junte ao preparado anterior.
  6. Tempere com sal e adicione a cerveja.
  7. Tape e deixe cozer sobre fogo médio cerca de uma hora, até os feijões estarem bem cozidos.
  8. Depois de pronto, polvilhar com cominhos a gosto.

Ingredientes

  • 250 gramas de feijão vermelho
  • 4 dentes de alho
  • 50 gramas de margarina
  • 1 linguiça
  • 4 unidades de tomate maduros
  • 1 malagueta fresca vermelha
  • 1 malagueta fresca verde
  • 300 ml de cerveja clara
  • sal e cominhos a gosto
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Bom Saber Curiosidades

Idade de Ouro

Nada como fazer 18 anos. Neste ritual de passagem para a vida adulta, o mundo parece abrir suas portas, oferecendo todas as suas possibilidades e misteriosos caminhos que nos levam à difícil, porém excitante, fase de amadurecimento. Uma dessas deliciosas conquistas é o fato de finalmente podermos tomar uma cerveja com os amigos num bar sem dever, de fato, explicação aos pais ou ao Estado. Acontece que em certas partes do mundo não é bem assim que funciona…

Embora os 18 anos sejam a idade legal para o consumo de bebidas alcóolicas no Brasil e em grande parte do planeta, existem lugares no mundo que fogem à esta regra. Segundo o portal IARD, sigla em inglês para Aliança Internacional para o Consumo Responsável de Bebidas – que reúne a informação de consumo e venda de álcool em mais de 180 países – tanto a Etiópia quanto a República Centro-Africana permitem a venda de bebida alcóolica a pessoas acima de 15 anos de idade. Isso não significa que elas possam simplesmente ir ao bar e tomar uma cerveja, mas que elas têm direito de comprar o produto e levar à casa.

Talvez por conta do calor e da cultura praieira, a região do Caribe também parece ser mais flexível em relação à venda de cerveja a menores de 18 anos: nas ilhas de Antígua & Barbuda, Cuba, Dominica e São Vicente, 16 anos parece ser a idade suficiente para ter no seu RG para poder aproveitar um drink alcoólico num bar ou espaço público.

Já se você for um adulto formado, casado, com filhos (e quiçá netos!), entre 18 e 150 anos no Afeganistão, Barém, Brunei, Irã, Iraque, Líbia, Sudão e Iêmen, não há garçom que vá lhe servir uma gelada. Nem que você peça de joelhos. Isto porque nestes países, e mais alguns outros, a sharia – lei islâmica – é levada a sério. A venda e o consumo de álcool estão totalmente proibidos, senão parcialmente vetados aos muçulmanos. A pena pela infração nestes lugares varia desde a prisão até humilhantes chibatadas em praça pública.  

Agora, você deve imaginar que estamos falando apenas de micro países e lugares tão distantes quanto à nossa imaginação, não é mesmo? Errado. Você ficaria de boca aberta se soubesse que, por exemplo, um adolescente de 14 anos pode beber na Alemanha – a meca da cerveja. Lá, um adolescente acompanhado dos pais tem o mesmo direito de tomar uma cerveja quanto um adulto de 18 anos no Brasil. Desacompanhados, esta idade sobe para os 16 anos. Os estabelecimentos que por ventura ousarem transgredir alguma das leis mencionadas acima podem ser penalizados em até 4 mil euros, o equivalente a 17 mil reais na cotação atual.

Se você mora no Brasil e cumpriu 18 anos este ano, parabéns, seja bem-vindo(a) ao clube dos cervejeiros! Porém, para mais além da idade legal ou do país onde você se encontra, uma coisa é certa: beber cerveja envolve responsabilidade. Por isso, beba com moderação para poder seguir aproveitando outros tantos bons anos de brindes.

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Malt Liquor: controversa e adorada

Como um bom grupo de exigentes consumidores, o público cervejeiro é bem específico quanto aos seus gostos. Existem aqueles que preferem uma cerveja mais leve e refrescante, outros não abrem mão de sua cerveja de trigo encorpada. Entre uma e outra, existe aquela famigerada cerveja controversa, praticamente uma anti-IPA, rechaçada pela comunidade cervejeira. Hoje, falaremos um pouco sobre a Malt Liquor.

Mais consumida e produzida pelos norte-americanos, a Malt Liquor é uma senhora lager, carregada principalmente de cereais não maltados e com pouca incidência de lúpulo. O resultado é uma bebida potente, com alto teor alcóolico e sabor considerado “aguado” para os paladares mais aguçados.

Embora não seja muito popular em solo brasileiro, lá nos Estados Unidos existe toda uma cultura da forty-once, ou quarenta onças, como é conhecida a garrafa de Malt Liquor por lá. O termo está associado diretamente à festas e noites de bebedeira, principalmente pelo seu tamanho (equivalente a uma garrafa de dois litros) e, em geral, baixo custo.

Mas engana-se quem pensa que uma Malt Liquor é uma invenção da indústria moderna. Segundo a publicação People’s Journal, a primeira referência que se tem escrita sobre a bebida data o século XVII, em 1690. Parece, portanto, que a diversão norte-americana foi importada diretamente da ex-côlônia…

Atualmente, existem versões com mais ou menos açúcares adicionados à fermentação, o que confere uma bebida entre 6% e 9% de ABV em média, podendo chegar a um teor alcóolico de 12% – equivalente a um vinho comum. De cor amarela clara, variando entre 10 e 25 IBU, recomenda-se um copo clássico de pint para consumi-la – ainda que os nossos vizinhos norte-americanos prefiram utilizar o clássico copo colorido de papel.

Seja você um apreciador de uma Malt Liquor ou não, uma coisa é fato: como diria Oscar Wilde, “A única coisa pior do que falarem de você é não falarem de você”.

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Bom de Fazer Doces e Sobremesas

Bolo de Cerveja Escura

Existem fatos tão consolidados e arraigados em nossa cultura que muitas vezes não paramos para pensar de onde eles vêm e o porquê. Imagine-se, por exemplo, como um viajante espacial chegando a um planeta desconhecido. Neste planeta, os seres de um clã se reúnem uma vez ao ano em torno de um deles, acedem fogos e aderem a um cântico uníssono e breve, seguido por uma manifestação física ruidosa e depois silêncio. Soa familiar?

De acordo com o portal Superinteressante, o ritual de se comemorar um aniversário data mais de 5.000 anos. Com registros oficiais do Egito antigo, a tradição que antes era reservada apenas aos deuses e semideuses, isto é, aos faraós e seres do outro mundo, passou a ser “popularizada” também aos reles mortais. Embora, há muitíssimo tempo, o cristianismo havia proibido tal prática – por justamente não corresponder à adoração de um único deus –, a Igreja foi a responsável por trazer o aniversário de volta ao calendário Ocidental com a comemoração do nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro.

Dentre uma das possíveis explicações para o formato da festividade, com um bolo redondo preenchido de velas, figura-se a reverência da Grécia antiga à deusa Artêmis, a deusa da Lua. O redondo simbolizava a Lua cheia e as velas a sua luz refletida na Terra.

Ainda mais inusitado, segundo o portal Bonde, antes de passarem a representar a comemoração dos seres terrestres, os antigos romanos tinham uma tradição bem peculiar: as famílias ricas preparavam deliciosos bolos para o casamento de seus entes queridos, mas, ao invés de os saborearem, eles eram amassados e jogados em direção aos noivos como símbolo de boa fortuna e adoração aos deuses.

Já na passagem da Idade Média para a Idade Moderna após o período das Grandes Navegações, o cacau trazido da América pelos espanhóis nos séculos XV e XVI marcam a profunda associação (para não dizer reverência) do bolo com o chocolate. Hábito comum nas grandes cortes europeias, as tortas recheadas com mais de um andar passaram a ser símbolo de status e opulência: quanto maior, mais nobre era a família.

Por isso, não fique surpreso(a) se um dia um viajante de outro mundo vier nos visitar e perguntar o motivo desta tão peculiar tradição de aniversário. Basta dizer ao nosso amigo interestelar que, entre a comemoração à deusa da Lua, o nascimento de Cristo, os faraós e seres de outro mundo, desejamos a um ente querido uma boa vida, regada de muita riqueza e felicidade.

 

Bolo de Cerveja Escura

Ingredientes

  • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
  • 2 xícaras (chá) de açúcar
  • 1 xícara (chá) de cerveja escura
  • 3 ovos
  • 1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de Preparo

  1. Bata as claras em neve e reserve.
  2. Em um recipiente misture a farinha, o açúcar, as gemas, a cerveja escura e bata até a massa ficar homogênea.
  3. Acrescente o fermento e as claras em neve e misture bem.
  4. Despeje em uma forma untada.
  5. Leve ao forno pré-aquecido por aproximadamente 40 minutos.
  6. Cobertura a gosto.


Informação de: Portal Bonde, Superinteressante
Fonte da receita: Tudo Gostoso (contém adaptações)

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Bom Saber Curiosidades

Chuva, Suor & Cerveja

Foi no ano de 1977 que Caetano Veloso lançou a famosa marchinha “Chuva, Suor e Cerveja”, uma ode à maior festa popular de rua do país: o carnaval, ilustrando basicamente a presença do calor humano do povo brasileiro nas ladeiras de Salvador sob as tórridas tempestades de verão. Talvez, de fato, maior folia neste planeta não há – mas ao contrário do que muita gente pensa, o carnaval surgiu muito antes de Caetano embalar suas cantigas no Pelourinho ou mesmo do nosso país se chamar Brasil.

Em linhas gerais, de acordo com o portal Superinteressante, desde a Antiguidade se comemorava o carnaval entre os povos egípcios, hebreus, gregos e troianos. Para os povos do Hemisfério Norte, era um período que marcava o final do inverno e o início da boa colheita. Na Antiga Roma, a festa pagã era comemorada nas ruas da cidade, onde escravos temporariamente soltos e homens livres dançavam nus ao lado de antigos carros alegóricos. Mais tarde, com a presença da Igreja Católica na Idade Média, o carnaval passou a significar os últimos dias “livres” antes da Quaresma, cuja penitência divina proibia o consumo de carne durante os quarenta dias que antecediam à Páscoa. Por isso a expressão em latim carnem levare, ou “ficar livre da carne”, transformou-se no nosso bom e conhecido “carnaval”.

Segundo a Confederação do Comércio de Bens e Serviço e Turismo (CNC), estima-se para o carnaval do ano passado houve uma injeção de R$ 6,5 bilhões na economia nacional, dos quais 85% de toda essa renda gerada está concentrada no setor de alimentação fora do domicílio, isto é, bares e restaurantes. Já de acordo com o Ministério do Turismo, estima-se que pelo menos 11 milhões de brasileiros realizaram alguma viagem durante a temporada de festas, destes 400 mil estrangeiros que aproveitaram para cair na farra.

Já o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) afirmam: a cerveja é o produto mais consumido durante o período dos bloquinhos. Dentre os entrevistados, 57% afirmaram que esta bebida era a primeira opção, seguida de água e refrigerante. Outro valor que salta aos olhos: dos 72 milhões de consumidores brasileiros previstos no ano anterior, o brasileiro médio gastou R$ 847,35 nesta semana, com os homens puxando a média para cima, com R$ 969.

Esteja você fantasiado de grego, troiano, pierrô ou mestre-sala, uma coisa é certa: carnaval é tempo de curtir. Por isso não se esqueça: se for beber, não dirija, mas me convide para o bloquinho.

Com informações de: Portal no Varejo, Superinteressante e UOL