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A cerveja bebível mais velha do mundo

Duas notícias desta década chamam a atenção por sua peculiaridade e similaridade: a primeira, divulgada em julho de 2010, relata um naufrágio de um navio que continha uma carga líquida, ainda intacta, datada do início de 1800; a segunda, trata-se de uma limpeza de um porão numa das cervejarias mais tradicionais da Dinamarca onde acabaram encontrando um tesouro peculiar, guardado em meio à bagunça. O que estas duas notícias têm em comum? Cerveja.

Pois vamos por partes.

No meio do Mar Báltico, situado no golfo entre a Finlândia, Suécia e a Estônia no norte da Europa, havia um navio. Mas não um navio qualquer. Sob 50 metros de profundidade congelante no arquipélago de Åland (pronuncia-se “Ôland”), foram encontradas 145 garrafas com a bebida (ainda tragável) mais velha do mundo, datadas possivelmente entre os anos de 1800 e 1830. A princípio, os pesquisadores acreditaram se tratar de champanhe, mas qual foi a surpresa quando estas garrafas revelaram ser a nossa querida bebida favorita.

Segundo Annika Wihelmson, do Centro de Pesquisa Técnica da Finlândia, quatro especialistas em cerveja foram consultados na ocasião e afirmaram que: “de fato tinham um sabor velho, o que não é nenhuma surpresa, com algumas notas de defumado. Mas a cerveja é bem ácida, o que indica algum tipo de fermentação na garrafa, resultando nesta acidez”. Dali, segundo a própria pesquisadora, foi possível comparar os diferentes DNAs e leveduras, com a finalidade de reproduzir a bebida tragável mais velha do mundo.

Alguns anos depois, e um pouco (mais não muito) ao sul da Finlândia, funcionários de uma cervejaria na Dinamarca, estavam limpando os porões quando descobriram por acidente uma garrafa de cerveja de 1883. Mas ao contrário dos finlandeses (e talvez por conta da escassa quantidade), os dinamarqueses levaram a única amostra que tinham em mãos diretamente para o laboratório – e não para o bar.

Segundo Erik Lund, “ninguém acreditou que era possível termos encontrado e para a surpresa de todos, havia sim leveduras vivas nesta mesma garrafa”. Com este pouco e raro contato com seres vivos do século XIX, foi possível replicar cerca de 600 garrafas à moda (bem) antiga com o material encontrado, cujos fundos irão diretamente para o Centro Internacional da Ciência de Elaboração de Cerveja da Universidade de Notthingham.

Para concluir, Erik Lund afirma: “estou realmente empolgado com a possibilidade provar uma lager que os nossos antepassados beberam, reconhecida mundialmente como um marco de qualidade neste tipo de bebida”.

A nossa pergunta fica no ar é: será que panela velha faz cerveja boa? Se assim o for, estamos salvos.

Com informações de BBC e The Mirror

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