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Bom de copo Estilos de Cerveja

Direto das Índias Orientais

Verdade seja dita: quando se trata de cerveja, é possível ir sempre mais longe. Mas hoje, ao invés de fazermos uma gigantesca digressão ao passado, passado pelos sumérios, fenícios e outros tantos povos mesopotâmicos que cunharam o início da civilização como a conhecemos hoje, passemos direto ao que interessa: cerveja.

O nosso barco sai da Inglaterra, no apogeu do gigantesco Império Britânico do século 18, cuja extensão o permitia ser chamado de “império onde o sol nunca se põe”. Das Índias ocidentais (atual Caribe) às Índias orientais (países que compõem hoje a Ásia Meridional e o sudeste asiático), os colonizadores europeus fincavam sua bandeira e chamavam de “casa” onde quer que marcassem força e presença. Mas ao olharem bem para a paisagem ao redor e sentirem um calor que nunca haviam presenciado na vida, uma coisa ainda faltava para chamar aquela terra subjugada verdadeiramente de “lar”. Acertou se você pensou de novo: cerveja.

Segundo os fatos e rumores da História, lordes ingleses encomendavam litros e litros da bebida mais apreciada pelos britânicos para se refrescarem nos trópicos. Mas uma viagem tão longa como esta, atravessando continentes em porões de barcos abafados, pedia uma combinação forte de sabor e – sobretudo – resistência. Por este motivo, as Indian pale ale são conhecidas pelo seu alto teor de lúpulo, cujas propriedades naturais conservantes e bactericidas da planta impediam com que o ouro líquido estragasse no meio do mar.

Outra característica marcante das Indian pale ale, mas não necessariamente obrigatório, é o seu sabor frutado por conta dos cereais e ésteres ali postos. Num processo de fermentação em temperatura elevada (entre 15ºC e 24ºC), a levedura tende a subir à superfície antes completar o ciclo todo.

Fato é: a cerveja nasceu mesmo na Inglaterra, mas fora levada com muito cuidado para todos os rincões do mundo. Hoje, uma série gigantesca de variedades desta bebida está presente no mercado mundial, notadamente a English pale ale (a “original”), a American pale ale (versão americana, com lúpulo americano) e a Imperial pale ale (com maior teor alcoólico e – pasmem! – ainda mais carregada no lúpulo).

Desejo, necessidade ou vontade? As Indian pale ale são a prova de que gosto não se discute e que para alcançarmos aquilo que tanto desejamos, nós movemos mundos e fundos para apreciarmos o melhor que a vida pode nos oferecer. Pois, verdade seja novamente dita: quando se trata de cerveja, é possível ir sempre mais longe.
Com informações de: Beerlife, Mestre Cervejeiro, Lupulinas e Wikipédia

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VAI UMA KELLERBIER AÍ?

O mundo das cervejas lager é extenso e variado. Hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre a Kellerbier, um subtipo pouco conhecido, mas muito apreciado no mundo cervejeiro.

Oriunda da Alemanha, mais precisamente na região da Francônia, a Kellerbier é um tipo de bebida não filtrada e não pasteurizada – o que remonta processos de confecção alcoólica da Idade Média. O sabor amargo do lúpulo contrasta com o fermento presente e o gás natural deste tipo de cerveja.

Em geral, as Kellerbiers são produções artesanais e servidas localmente. Para o consumo imediato, elas são armazenadas em toneis de madeira que mantêm as propriedades originais da bebida e garantem o frescor do produto ao consumidor final. No caso das engarrafadas, os mesmos toneis são também utilizados para amadurecer a cerveja – se esta for a proposta do produtor local.

Sua aparência opaca é fruto desta ausência de filtragem e da baixa carbonatação, e o seu nome advém justamente da origem de sua produção: Keller, que em alemão significa “adega” (ou cave), onde Kellerbier é a “cerveja de adega”.

Segundo a tradição alemã, deve-se servir uma boa Kellerbier em uma caneca escura de cerâmica – isto porque, antigamente, era de interesse do produtor esconder o aspecto turvo da bebida. Hoje, beber uma boa Keller num Krug (como é chamado este tipo de caneca em alemão) é motivo de orgulho e satisfação.

Com informações de: Dr. Beer,  Cervejas do Mundo e German Beer Institute

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Cerveja de trigo: do solo ao copo

Para você que está acompanhando durante esta semana a nossa viagem pelo maravilhoso mundo das Weissbier, ou cerveja de trigo, e resolveu experimentar uma, aqui vão algumas dicas que podem otimizar a sua experiência como um todo. Tome nota:

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Cerveja que cabe no seu bolso

O seu sonho sempre foi conhecer as belas montanhas da Suíça? Namorar romanticamente pelas ruas de Paris? Caminhar e fazer compras pela 5ª Avenida, em Nova York? Então é bom que estes sonhos não envolvam uma paradinha no bar mais próximo para apreciar a vista, ou simplesmente relaxar.

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Uma Jarda Líquida

Nas últimas semanas, vimos alguns padrões dos copos de cerveja, cada qual ideal para um tipo de bebida. Hoje, a lição de casa envolve uma digressão histórica. Venha conosco.

Vamos ligar a nossa máquina do tempo e viajar pelas dimensões do espaço, rumo à Inglaterra do século XII. Estamos por volta do ano 1100, invisíveis, ao lado do trono do rei Henrique I. Testemunhamos, em primeira mão, ele medir a distância entre seu nariz e o polegar de seu braço estendido e promulgar: “eis aqui uma jarda, a medida oficial”.

Corta.

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O Bom e Velho Amigo Inglês

O pint está para a Reino Unido assim como o chope está para o Brasil: é padrão, é popular, e se você pedir um, todo mundo, do Oiapoque ao Chuí – ou melhor – das ilhas escocesas de Shetland, ao sul da Inglaterra, saberá a que você está se referindo.

Pronunciado “paint” em português, esta medida imperial de mais de meio litro (ou 568 mililitros, para sermos exatos) é obrigatória e oficial na hora de se servir um chope inglês. Há, inclusive, uma diretiva do governo da União Europeia, a Measuring Instruments Directive, criada em 2004, que fiscaliza o cumprimento daquilo que está sendo prometido em um bar. Não são 567, nem 569 ml, um copo de chope inglês deve conter aquilo que está escrito na lei.

Mas afinal, um pint é um pint, não é mesmo?