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A Família Ale

Você já sabe a diferença entre a cerveja Lager e a cerveja Ale? Como já vimos, a Lager é a cerveja de baixa fermentação, enquanto a família Ale é composta pelas cervejas de alta fermentação, entre 15ºC e 24°C, o que faz com que elas tenham maior complexidade de aromas e sabores.

Geralmente as cervejas Ale possuem também maior corpo e paladar frutado. Os seus sabores e aromas são os mais variados. Vale lembrar que as cervejas nasceram no século 19 com alta fermentação, ou seja, naquela época praticamente todas eram da família Ale.

O processo de fermentação desse tipo de cerveja leva cerca de sete dias e faz com que a bebida seja bastante aromática, com notas florais e frutadas.

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A Família Lager

Você sabe a diferença entre a cerveja Lager e a cerveja Ale? Se você ainda não sabe, vai descobrir agora que uma das principais características das cervejas é que podemos conhecê-las por suas famílias e estilos. Existem duas grandes famílias da bebida: a família Lager e a família Ale, que se diferem pelo tipo de levedura que utilizam e também por sua atuação durante o processo.

Para cada família podemos encontrar vários estilos.  Vamos começar falando da família Lager. É nela que encontramos as cervejas de baixa fermentação, que são feitas com um levedo que age sob temperaturas menores e na parte inferior do tanque de fermentação.

Em geral, as cervejas Lager têm sabores e cheiros que lembram malte como cereais, e lúpulo, como os aromas florais. Elas possuem menos subprodutos da fermentação, oferecendo maior drinkability. A maior parte dos estilos alemães e tchecos se encaixa nessa família.

Conheça aqui algumas cervejas da família Lager.

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Bebidas Bom de copo Estilos de Cerveja

Águas de Märzen (Märzenbier)

Assim como a Natureza possui os seus ciclos, as cervejas também acompanham (ou pelo menos acompanhavam…) os ritmos do planeta, suas estações e possibilidades de cada época. Afinal, água, malte, lúpulo e levedura são ingredientes naturais que sofrem com as intempéries do clima – e quando nos referimos a Alemanha do século 16, sem qualquer tipo de tecnologia de previsão meteorológica ou refrigeração, uma simples frente fria ou uma onda de calor extrema poderia significar o fim da colheita, ou o fim da sua cerveja.

Enquanto as “águas de março fecham o verão” no Brasil e no Hemisfério Sul, lá no Norte o terceiro mês do ano significa o contrário: o fim de um longo inverno e abertura da temporada de calor. Logicamente, a partir desse momento, não era mais permitida (ou pelo menos recomendada) a confecção da cerveja na região da Baviera justamente pela falta de refrigeração – fermentar no calor era um negócio perigoso para a saúde.

Segundo relatos e escrituras antigas da região, as últimas cervejas confeccionadas em março (Märzenbier em alemão) eram guardadas em cavernas, onde a rocha mantinha a temperatura média do ambiente relativamente baixa, teoricamente geladinha, para serem consumidas no verão.

Após madurarem meses a fio, estas Lagers da Baviera possuíam, em geral, um aspecto âmbar alaranjado até algumas bem mais escuras, conhecidas como dunkles Märzen, de cor marrom. Ricas nos aromas dos maltes e com pouco aroma de lúpulo, as Märzenbier geralmente evocam sabores mais tostados e, dependendo da região, um dulçor a caramelo (notadamente as Märzen vienenses). Em geral, são cervejas de concentração alcoólica mais “elevada”, entre 5,8% e 6,3% ABV.  

Embora não necessariamente comportam a mesma origem, “as cervejas de março” ganharam sua fama internacionalmente no século 19 com a popularização das Vienna Lager no Oktoberfest. Por isso, muitas vezes ao buscar sobre a origem deste estilo, muitos tendem a assimilar uma Vienna Lager, uma Oktoberfest e uma Märzenbier num único grupo.

Com informação de: All About Beer, American Craft Beer e Wikipédia 

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Kriek

“Cerveja frutada”. Você provavelmente já deve ter ouvido alguém falar nesse conceito muito antes de começar a beber. Hoje, vamos falar sobre um dos estilos de cerveja da família Lambic que, não à toa, leva literalmente um fruto em sua produção. Conheça as cervejas do estilo Kriek.

Este estilo curioso que confeccionar cerveja requer cuidado e paciência, e quando dizemos paciência, a arte de deixar a Natureza fazer o seu trabalho é fundamental aqui. Isto porque uma cerveja da família Lambic (na qual se encontram as cervejas Kriek) requer, em média, seis meses de preparação até que esteja pronta para ser consumida – algumas levam até anos. Ao contrário das Ales e Lagers, as Lambic tradicionalmente não passam por um processo de fermentação forçado de controle de temperatura. Esta fermentação, diferentemente das duas primeiras famílias anteriormente mencionadas, é de modo espontânea: utiliza-se cerca de 30% de trigo não-maltado e lúpulos envelhecidos que, depois de fervidos, são deixados “à sorte” em tonéis de madeira. O contato do mosto com os microorganismos do tonel fará o seu papel na produção natural de álcool.

No caso das Kriek, além da fermentação natural própria desta família, adiciona-se ao mosto até 30% de ginja: uma espécie de cereja ácida, também conhecida como amarena. Aliás, “kriek” é o próprio nome desta fruta em flamengo, língua utilizada no noroeste da Bélgica. Tradicionalmente, utiliza-se apenas o açúcar da própria fruta na fermentação. Hoje em dia, é muito difícil encontrar uma cervejaria que siga à risca esta regra. 

Num processo trifásico, composto de três tipos de fermentação natural, obtém-se uma bebida com teor alcoólico relativamente mais elevado, entre 5% e 7% ABV. Ou seja: depois de a própria cerveja fermentar, depois de ela fermentar com a fruta e, por fim, depois de fermentar na garrafa, espera-se uma deliciosa bebida ácida e refrescante, seca e de baixa carbonatação.

Para harmonizar com este estilo de cerveja, recomenda-se uma boa porção de queijos da categoria mofo branco: brie e camembert, além de uma boa geleia. Não à toa, muitos afirmam que a sobremesa ideal para acompanhar uma Kriek é um belo de um cheesecake.

Com informação de: Brew Beer, Homini Lúpulo, Mestre Cervejeiro, Wikipédia

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Cerveja Witbier: saiba tudo sobre esse estilo de bebidas

Com o “boom” das cervejarias artesanais no século 20, alguns estilos da bebida acabaram caindo no gosto dos consumidores. Entre eles, estão as cervejas Witbier, que costumam ser frutadas e refrescantes.

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Malt Liquor: controversa e adorada

Como um bom grupo de exigentes consumidores, o público cervejeiro é bem específico quanto aos seus gostos. Existem aqueles que preferem uma cerveja mais leve e refrescante, outros não abrem mão de sua cerveja de trigo encorpada. Entre uma e outra, existe aquela famigerada cerveja controversa, praticamente uma anti-IPA, rechaçada pela comunidade cervejeira. Hoje, falaremos um pouco sobre a Malt Liquor.

Mais consumida e produzida pelos norte-americanos, a Malt Liquor é uma senhora lager, carregada principalmente de cereais não maltados e com pouca incidência de lúpulo. O resultado é uma bebida potente, com alto teor alcóolico e sabor considerado “aguado” para os paladares mais aguçados.

Embora não seja muito popular em solo brasileiro, lá nos Estados Unidos existe toda uma cultura da forty-once, ou quarenta onças, como é conhecida a garrafa de Malt Liquor por lá. O termo está associado diretamente à festas e noites de bebedeira, principalmente pelo seu tamanho (equivalente a uma garrafa de dois litros) e, em geral, baixo custo.

Mas engana-se quem pensa que uma Malt Liquor é uma invenção da indústria moderna. Segundo a publicação People’s Journal, a primeira referência que se tem escrita sobre a bebida data o século XVII, em 1690. Parece, portanto, que a diversão norte-americana foi importada diretamente da ex-côlônia…

Atualmente, existem versões com mais ou menos açúcares adicionados à fermentação, o que confere uma bebida entre 6% e 9% de ABV em média, podendo chegar a um teor alcóolico de 12% – equivalente a um vinho comum. De cor amarela clara, variando entre 10 e 25 IBU, recomenda-se um copo clássico de pint para consumi-la – ainda que os nossos vizinhos norte-americanos prefiram utilizar o clássico copo colorido de papel.

Seja você um apreciador de uma Malt Liquor ou não, uma coisa é fato: como diria Oscar Wilde, “A única coisa pior do que falarem de você é não falarem de você”.

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Glossário da cerveja: conheça os principais termos cervejeiros

Gostar de cerveja todo mundo gosta, mas dentre as milhares de variedades no mundo desta bebida, sempre tem aquela que cativa mais o nosso coraçãozinho, que o faz bater mais forte quando provamos a nossa cerveja favorita novamente. 

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Roggenbier – A Cerveja de Centeio

Assim como a Fênix que ressurgiu das cinzas, a Roggenbier é um tipo de cerveja que praticamente desapareceu da face da Terra durante cinco séculos e retornou com força em pleno século 21. Além disso, ela é a nossa candidata favorita à representante da exótica categoria de cervejas de centeio.

Segundo a Wikipédia, até o século 15 na Alemanha era comum a utilização do malte de centeio para a confecção de cerveja. No entanto, com o advento da Lei da Pureza da Cerveja (ou Reinheitsgebot, em alemão), promulgada pelo duque Guilherme Quarto da Baviera em 1516, estipulou-se naquela região da Europa que a cerveja deveria ser feita exclusivamente a partir de água, malte de cevada e lúpulo. Neste caso, o centeio ficou exclusivamente dedicado à confecção de outros alimentos, como pães e massas.

Hoje em dia, com a libertação da Lei da Pureza da Cerveja e o resgate à memória de antigas tradições em bebidas, a Roggenbier ressurgiu para ficar. Trata-se de uma cerveja cuja composição do malte tem, em média, pelo menos 50% de centeio.

Segundo o portal Beer Judge Certification Program, referência mundial na catalogação e promoção do conhecimento sobre cerveja, a Roggenbier é uma bebida medianamente encorpada, de alta carbonatação, cuja cor varia de um laranja acobreado a um marrom claro – entre 14 e 19 SRM – e possui, em média, entre 4,5% e 6% porcentagem alcóolica.

Para fugir um pouco das convencionais cervejas de cevada e de trigo, experimente hoje uma Roggenbier e deixe os seus comentários sobre a sua experiência abaixo.

Com informações de: Beer Judge Certification Program, Winning Home Brew e Wikipédia

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Bom de Frio

Ah, o inverno! Época de desempacotar todos aqueles casacos, cachecóis, meias de lã e mantas guardadas do ano passado. Embora o inverno comece oficialmente nesta quinta-feira, dia 21 de junho, é hora de se preparar para encarar a estação mais charmosa do ano de um jeito leve e divertido. Como? Com uma boa cerveja, é claro.

Uma boa dica para quem quiser manter o espírito cervejeiro durante esta não-tão-agradável temporada de frio é escolher como sua companhia de mesa uma bebida mais encorpada. Em geral, mas não exclusivamente, cervejas inglesas do tipo Ale cumprem bem este papel. Além de se recomendar servi-las numa temperatura ambiente – aqui, diga-se de passagem, ambiente da Inglaterra, também conhecido como inverno no Brasil –, as cervejas inglesas Ale irão também harmonizar com refeições mais pesadas, que envolvam algum tipo de assado ou grandes quantidades de massas. E como ninguém pretende tirar a roupa para ir à praia tão cedo, é hora de aproveitar as calorias extras para mergulhar num mundo sensorial dos prazeres sem culpa, mas com muito sabor.

Começando pela menina dos olhos, a queridinha entre os cervejeiros, a famosa Indian Pale Ale (IPA) é mundialmente reconhecida por seu forte amargor, leve sabor frutado e um refrescante toque cítrico. Servida idealmente numa temperatura entre 7ºC e 10ºC, uma IPA combina com uma boa carne em cocção a fogo lento e harmoniza bem com uma comida mais picante. Além de ser uma combinação quente, o alto teor do lúpulo irá suavizar os efeitos da pimenta em sua boca, garantindo uma boa experiência invernal, sem maiores efeitos colaterais.

A nossa segunda recomendação é a cerveja estilo Porter. Esta velha inglesa, cujo nome de batismo advém da região portuária do Atlântico Norte, reflete sua história numa mistura de orgulho e força. Durante os meses de inverno, a classe trabalhadora dos portos da Irlanda e da Inglaterra optava por uma bebida mais robusta, porém geralmente mais equilibrada em amargor, se comparada a uma IPA. Vale a pena comprar um tradicional pint inglês e brindar como um bom marujo. Idealmente servida entre 7ºC e 10ºC, uma Porter pode até ser um pouco difícil de se encontrar por aí, mas uma coisa afirmamos: vale a pena.

Já se o seu negócio é mergulhar de cabeça numa aventura etílica pra lá de tradicional, convidamos-lhe a vestir a sua melhor roupa para ir à missa e saborear uma Doppelbock.

Criação divina dos monges de São Francisco de Paula da Baviera, Alemanha, esta cerveja é também conhecida como “o pão líquido”, outrora servida especialmente durante os tempos de jejum de alimentos sólidos entre os religiosos. Impenetravelmente escura, assustadoramente alcóolica (entre 7% e 12% ABV) e riquíssima em sabor, você não precisa fazer nenhum voto de castidade para poder deliciar-se com esta maravilha: basta uma geladeira regulada entre 8ºC e 12ºC, um belo assado de porco no forno e um charmoso copo tulipa na mão.

Com uma destas três companhias, certamente você vai se sentir abraçado pelo calor de uma boa e tradicional cerveja, quem sabe até desejando que esta fria temporada se prolongue mais um pouquinho…

Com informações de: Beer& Brewing Magazine, The Pruce Eats

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Tudo vai bem com uma IPA na mão

Verdade seja dita: a IPA é a menina dos olhos quando o assunto é cerveja. Diríamos que 9 em cada 10 cervejeiros a recomendam, enquanto 1 deles finge não gostar. Por detrás desta estatística 100% imprecisa residem alguns fatores importantes, que tornam a Indian Pale Ale tão popular entre os apreciadores da bebida: aroma, corpo e sabor. E isso, a IPA tem de monte.

Como comentamos neste post anterior, seu amargor acentuado e ligeiramente frutado, em decorrência dos cereais e estéreis utilizados, fazem com que alguém que nunca tenha tomado uma IPA antes não se esqueça tão fácil desta primeira experiência. Por isso, que tal trazer um cervejeiro novato para o lado luminoso da Força e impressioná-lo de uma vez por todas com um belo menu degustação que harmonize com a sua IPA?

O roteiro é clássico e não parece ser muito difícil de se lembrar: uma cerveja mais encorpada e forte acompanhará uma comida igualmente mais pesada e forte. Especificamente no caso da IPA, por conta de seu alto teor de lúpulo e amargor, além de um bom grelhado ou receitas que envolvam uma cocção em fogo lento, recomenda-se harmonizar esta bebida com uma comida mais picante. Não se preocupe: justamente o alto teor de lúpulo irá ajudar a diminuir a sensação do picante em sua boca.

Com a eminencia do inverno, mas com belas tardes de sol neste outono, uma boa carne assada e uma IPA na mão serão pedidas excelentes. Descubra as nuances e os sabores da sua própria bebida predileta ao combiná-la com uma comida que lhe traga uma memória afetiva. A sensação é de redescobrir um terreno que você pensava já estar dominado, com novos sabores e sensações.

Além da mencionada carne assada acima, comidas quentes como pimentão recheado, nachos e tortilhas mexicanas, curry de carne com batatas e um salmão grelhado são ideais para acompanhar a sua IPA.

Saúde… e bom apetite!