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Bom Saber

De 0 a 67,5%

Cada vez mais, as cervejas sem álcool vêm conquistando novos adeptos no Brasil. Ainda que elas representem uma fatia mínima do consumo total de cerveja – cerca de 1% das vendas anuais –, são as sem álcool que mais crescem no mercado anualmente. Segundo a consultoria Euromonitor Internacional, estima-se uma queda de 2% no volume de vendas das cervejas tradicionais para este ano, enquanto as sem álcool projetam um aumento de 3% entre os anos de 2015 a 2020. Em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico, o professor do Instituto de Cerveja e da Associação Brasileira de Sommeliers afirma que este sucesso se deve à “melhora significativa no sabor das cervejas sem álcool”, além da maior oferta deste tipo de bebida nos últimos anos, “o que tornou a bebida mais atrativa”.

Indo totalmente na contramão, a cervejaria escocesa Brewmeister criou, em 2013, a candidata ao topo do pódio no que se refere à cerveja mais alcoólica do mundo. A Snake Venom ou “Veneno de Cobra”, afirma ter impressionantes 67,5% de graduação alcoólica. Para efeito de comparação, uma cerveja “padrão” no mercado brasileiro possui, em média, 4,5% de graduação alcóolica.

Confeccionada com dois tipos de levedura, a “cerveja mais forte do mundo” é finalizada com o método de resfriamento fracionado – no qual parte da água é removida, após congelada em pequenos cristais de gelo. A Snake Venom pode ser encontrada em alguns mercados do Reino Unido por uma bagatela de 50 libras esterlinas, equivalente a 200 reais no câmbio atual. Segundo Lewis Shand, da Brewmeister, em entrevista concedida ao jornal Daily Mail, do Reino Unido: “A Snake Venom não é como as outras cervejas, na qual não recomendamos beber uma garrafa inteira de uma vez” – ainda bem que você nos alertou, Lewis!

E você, se tivesse que escolher entre uma cerveja de qualidade 0% e uma veneno de cobra 67,5%, com qual ficaria? Deixe sua resposta nos comentários abaixo.
Com informações de: Daily Mail, Drink Supermarket, Hi Consumption e Valor Econômico

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Bom de copo

Ice Beer

Se existe uma coisa que os canadenses podem se orgulhar e afirmar de peito aberto é que eles entendem de gelo. Localizado no extremo norte das Américas, o segundo maior país do mundo enfrenta temperaturas polares, com um recorde de gelar o coração, com incríveis -63ºC, registrado na província de Yukon. Apesar desta intensidade invernal, o Canadá também figura na lista dos países mais industrializados do mundo, entre os cinco melhores lugares para se viver no planeta e com um altíssimo índice de desenvolvimento humano. De uma forma ou de outra, frio não é impeditivo para ninguém deixar de fazer alguma coisa por lá, muito pelo contrário: frio foi o combustível para eles criarem uma cerveja diferente, a ice beer – ou cerveja de gelo.

Feita num processo que lembra a Eisbock alemã, a ice beer canadense nasceu no ano de 1993 e possui um método um tanto inusitado em sua fabricação: o líquido é submetido a um intenso congelamento progressivo, no qual cristais de gelos são formados e filtrados. Por conta das propriedades naturais do álcool, que só congela a temperaturas abaixo de -114ºC (muito abaixo da água, a 0ºC) este processo, chamado de congelamento fracionário, faz com que a concentração alcoólica da ice beer seja mais elevada que as cervejas pilsen comuns, acima de 5,5%.

Em linhas gerais, poder-se-ia dizer que as ice beer são um tipo de Pale lager de baixa fermentação, mais refrescantes e com uma leve presença maior de álcool. Entre uma Eisbock e uma ice beer, a diferença se encontra basicamente na adição anterior de água – mais presente na confecção americana do que na confecção europeia.

Um novo estilo refrescante ou puro marketing eficaz? Seja como for, os canadenses dominaram a técnica do frio conforme seus interesses, patentearam esse método. e comercializaram no mundo todo a mais nova gelada do momento. Ponto para os irmãos do norte.

Com informações de: O Globo, Organização das Nações Unidas (ONU), Sindcerv, Wikipédia

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Bom de Fazer Carnes

Francesinha portuguesa

Conflito de identidade? Seria a francesinha portuguesa uma gaulesa filha de imigrantes lusitanos? Nada disso, mas um pouco disso. Vamos por partes:

A cidade do Porto é a segunda maior cidade de Portugal, com quase 250 mil habitantes. Berço do nome do país e capital do Condado Portucalense – onde, mais tarde, após a reconquista da península ibérica tomada pelos muçulmanos, viria a se tornar um reino próprio, o reino de Portugal – é o segundo destino mais visitado do país.

Atualmente, por conta de sua importância histórica e beleza arquitetônica, parte da cidade é considerada Patrimônio Mundial da UNESCO. Neste local, entre muitos outros passeios, como a Torre dos Clérigos e a ponte de Dom Luís I, reside uma particularidade tripeira – como são conhecidos localmente os habitantes do Porto – a tal da francesinha.

Reza a lenda que um português chamado Daniel David Silva inventou a receita nos idos de 1950. A base de um famoso sanduíche francês, chamado croque monsieur, este portuense adaptou a receita ao gosto local e a serviu no restaurante onde trabalhava. Por se tratar de uma comida de cunho popular, bastante calórica e com muitas possíveis variações, o prato acabou se tornando um símbolo gastronômico local, parada obrigatória para todo bom turista que quer conhecer melhor a cultura da região norte de Portugal.

Para uma francesinha que de “inha” não tem nada, muito menos uma nacionalidade francesa, está aí uma receita de sucesso para impressionar os olhos e os estômagos de amigos e familiares.

Bom apetite, ó pá!

Ingredientes:

Massa da Francesinha

  • 3 fatias de pão de forma
  • Queijo parmesão
  • Presunto
  • 1 bife
  • 1 ovo frito
  • 1 salsicha
  • 3 rodelas de lingüiça

Molho (p/ duas porções)

  • 330 Mililitros de cerveja clara
  • 200 Mililitros de leite
  • 4 Colheres de sopa de polpa de tomate
  • 2 Colheres de sopa de farinha maisena
  • 2 Colheres de sopa de margarina
  • 2 Cálices de brandy ou vinho do porto
  • 2 Folhas de louro
  • 2 Tabletes de caldo de carne
  • Pimenta calabresa a gosto

Modo de Preparo:

Molho

  • Para preparar esta sugestão de receita de molho de francesinha caseiro comece por colocar o leite numa panela e dissolver nele a maisena.
  • Acrescente os restantes ingredientes e leve ao fogo médio, mexendo de vez em quando, até engrossar.
  • No final, retire as folhas de louro e bata o molho, para eliminar quaisquer grumos que se tenham formado

Francesinha

  • Alterne as fatias de pão com os ingredientes: sobre a primeira fatia de pão, coloque o bife, uma fatia de queijo, uma de presunto, a salsicha, outra fatia de pão, o ovo, a linguiça, outra fatia de queijo e por fim outra fatia de pão
  • Cubra toda a francesinha com queijo
  • Leve ao forno para derreter o queijo e gratinar um pouco
  • Coloque o molho por cima e envolta da francesinha
  • Sirva com batata frita

Com informações de Universidade do Porto (Portugal), Origem das Coisas e Wikipedia
Fonte da receita: Tudo Receitas e Tudo Gostoso (contém adaptações)

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Bom Saber Curiosidades

Cerveja: Uma Deusa

O bom apreciador de cerveja tem todos os motivos do mundo para erguer as mãos aos céus e agradecer a esta dádiva líquida, fruto de muita observação da Natureza, estudo científico e História. O que você talvez não saiba é que realmente existiu (ou existe…) uma deusa da cerveja a quem adorar.

Cultuada pelos povos mesopotâmicos há mais de 10.000 anos, estas civilizações hoje consideradas o berço do mundo ocidental, como os sumérios, egípcios e assírios adoravam Ninkasi. Segundo a liturgia suméria, Ninkasi nasceu de uma relação entre Enki, senhor Nudimmud, rei de Uruk, e a rainha Abzu, deusa da procriação. Ela é uma dos oito filhos do casal, cuja missão da prole era curar as oito feridas do pai, guardião das leis divinas.

De acordo com tesouros arqueológicos deixados por esta civilização, Ninkasi nasceu da água fresca cintilante e veio como deusa para saciar o desejo e satisfazer o coração dos homens mortais. Numa das tábuas de barro mais antigas encontradas pela civilização moderna, datadas com quase 4.000 anos de idade, ficou registrado o “Hino à Ninkasi” – um poema épico, mistura da biografia da deusa cervejeira e receita da bebida sagrada.

O poema foi traduzido para o inglês pelo professor Miguel Civil, especialista em língua suméria e estudioso das civilizações mesopotâmicas. Amém!

Com informações de: Infopédia, Portal G1, Universidade de Chicago e Wikipédia

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Direto das Índias Orientais

Verdade seja dita: quando se trata de cerveja, é possível ir sempre mais longe. Mas hoje, ao invés de fazermos uma gigantesca digressão ao passado, passado pelos sumérios, fenícios e outros tantos povos mesopotâmicos que cunharam o início da civilização como a conhecemos hoje, passemos direto ao que interessa: cerveja.

O nosso barco sai da Inglaterra, no apogeu do gigantesco Império Britânico do século 18, cuja extensão o permitia ser chamado de “império onde o sol nunca se põe”. Das Índias ocidentais (atual Caribe) às Índias orientais (países que compõem hoje a Ásia Meridional e o sudeste asiático), os colonizadores europeus fincavam sua bandeira e chamavam de “casa” onde quer que marcassem força e presença. Mas ao olharem bem para a paisagem ao redor e sentirem um calor que nunca haviam presenciado na vida, uma coisa ainda faltava para chamar aquela terra subjugada verdadeiramente de “lar”. Acertou se você pensou de novo: cerveja.

Segundo os fatos e rumores da História, lordes ingleses encomendavam litros e litros da bebida mais apreciada pelos britânicos para se refrescarem nos trópicos. Mas uma viagem tão longa como esta, atravessando continentes em porões de barcos abafados, pedia uma combinação forte de sabor e – sobretudo – resistência. Por este motivo, as Indian pale ale são conhecidas pelo seu alto teor de lúpulo, cujas propriedades naturais conservantes e bactericidas da planta impediam com que o ouro líquido estragasse no meio do mar.

Outra característica marcante das Indian pale ale, mas não necessariamente obrigatório, é o seu sabor frutado por conta dos cereais e ésteres ali postos. Num processo de fermentação em temperatura elevada (entre 15ºC e 24ºC), a levedura tende a subir à superfície antes completar o ciclo todo.

Fato é: a cerveja nasceu mesmo na Inglaterra, mas fora levada com muito cuidado para todos os rincões do mundo. Hoje, uma série gigantesca de variedades desta bebida está presente no mercado mundial, notadamente a English pale ale (a “original”), a American pale ale (versão americana, com lúpulo americano) e a Imperial pale ale (com maior teor alcoólico e – pasmem! – ainda mais carregada no lúpulo).

Desejo, necessidade ou vontade? As Indian pale ale são a prova de que gosto não se discute e que para alcançarmos aquilo que tanto desejamos, nós movemos mundos e fundos para apreciarmos o melhor que a vida pode nos oferecer. Pois, verdade seja novamente dita: quando se trata de cerveja, é possível ir sempre mais longe.
Com informações de: Beerlife, Mestre Cervejeiro, Lupulinas e Wikipédia

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Bebidas Bom de Fazer

Veludo Negro

O ano de 2017 está oficialmente inaugurado. Sobrevivemos à comilança do Natal, à noitada do réveillon, às ardências de janeiro e aos bloquinhos de fevereiro. É hora de abrir as cortinas e dar início ao longo espetáculo que vai de março a dezembro.

E nessa peça cheia de drama, aventura, comédia e – por que não? – celebrações, o teatro Bom de Beer escolheu o veludo negro como pano (literalmente) de fundo para ilustrar os acontecimentos vindouros. Embora um tanto sombrio, o veludo negro carrega ao mesmo tempo História, tradição e solenidade.

Na Inglaterra, um tradicionalíssimo clube de cavalheiros (ou gentlemen’s club, em inglês) chamado Brooks’s criou, há exatos 156 anos*, um drink homônimo ao material mencionado acima. O Black Velvet, ou veludo negro, passou a simbolizar o falecimento do príncipe Albert, esposo da Rainha Vitória, morto naquele ano de 1861. Suas cores faziam alusão aos braceletes de cor roxa e preta, usados pelos enlutados, e o drink passou a ser um símbolo de status e requinte da época, servido em ocasiões especiais.

Embora carregue as saudades de um mais um verão que já se vai, nada melhor do que comemorar o ano que se segue em alto estilo e abundância.  A 2017: tim-tim!

*A título de curiosidade, este clube tem impressionantes 253 anos de idade

Aprenda a fazer o seu Black Velvet:

É simples: numa taça de champanhe, adicione vinho espumante branco até a metade, complete com cerveja preta (tipo Stout).

Com informações de GreatCocktails.co.uk

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Cerveja de trigo: do solo ao copo

Para você que está acompanhando durante esta semana a nossa viagem pelo maravilhoso mundo das Weissbier, ou cerveja de trigo, e resolveu experimentar uma, aqui vão algumas dicas que podem otimizar a sua experiência como um todo. Tome nota:

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Bom Saber Curiosidades

Recolhendo o trigo

A personagem de hoje nasceu no sul da Alemanha, mas é conhecida atualmente no mundo inteiro. Na região da Baviera, onde foi batizada, ela foi registrada oficialmente com pelo menos quatro nomes diferentes (e um tanto complicados para nós, nativos do português): Weissbier, Weizenbier, Hefeweizen e Hefeweizenbier.  Mas uma coisa todos esses nomes têm em comum: eles representam a mesma deliciosa bebida, comumente conhecida no Brasil como cerveja de trigo.

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Bom de Fazer Comida de Boteco

Para casar

Tem gente que diz que o “verdadeiro amor se fisga pela boca”, isto é, dê-lhe de comer bem que a sua paixão será eterna. Verdade ou mito, fato é que saber cozinhar alguma especialidade é sempre uma carta na manga quando se trata do famoso jogo de sedução. Mas a receita de hoje também entende o seu outro lado: o lado solteiro, espírito livre, que quer aproveitar a vida como ela é agora. Compromisso, comidas complicadas? Só amanhã.

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Bom Saber Curiosidades

Um gole de satisfação

Basta dar um gole, um micro golinho de cerveja que o seu corpo já irá ficar mais “contente”. E desta vez quem o afirma não é a sua própria consciência numa sexta-feira pós-expediente, mas sim pesquisadores PhD da faculdade de Medicina da Universidade de Indiana (EUA).