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Bom de Fazer Doces e Sobremesas Receitas Típicas

Deliciando-se nas ondas do rio Danúbio

O que é o que é? Um europeu que possui 10 nacionalidades diferentes, alguns milhões de anos nas costas e mais de 2.800 km de comprimento? Adivinhou se você arriscou a reposta “rio Danúbio”.

O segundo maior rio da Europa é repleto de contos fascinantes, relatos fantasmagóricos e alguns trechos perversos da nossa história contemporânea, incluindo a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Misticamente falando, é um rio que atravessa regiões cheias de encantos: o Danúbio nasce na Floresta Negra, na Alemanha, e deságua no mar Negro, na costa norte da Turquia.

Além de historicamente abastecer as populações dos 10 países atuais pelos quais ele passa, o Danúbio possui uma reputação comercial inegável, como antigo ponto primordial de trocas. Em tempos medievais, as cidades à beira deste rio – incluindo a pequena Engenhartszell na Áustria e seu único monastério trapista –  formavam uma teia de pequenas estradas conhecidas como “A Rota do Imperador”, conectando todo o Império de Habsburgo, que deu origem ao Império Austro-Húngaro, dissolvido somente no final da Primeira Guerra Mundial.

Hoje em dia, trata-se de uma verdadeira “via expressa aquática”. Desde 1992, quando foi completado o canal Rhine-Main-Danúbio, é possível atravessar a Europa desde o mar do Norte, a partir de Roterdã (na Holanda) até Sulina, na Romênia, e desaguar no mar Morto. Tanto delta do Danúbio quanto sua margem em Budapeste, capital da Hungria, são considerados Patrimônios Mundial da Humanidade.

Através de uma viagem de sabores, na Áustria e na Alemanha existe um doce típico de camadas chamado “Donauwelle” ou “ondas do Danúbio” em homenagem ao mesmo. Nele, um bolo recheado de chocolate ondulado coberto por um creme branco faz jus à rica história de um dos mais importantes rios para a história ocidental moderna.

Donnauwelle com cerveja preta

Ingredientes:

  • 500g de manteiga
  • 230 g de açúcar
  • 6 ovos
  • 340 g de farinha de trigo
  • 2 colheres (chá) de fermento em pó
  • 1 pitada de sal
  • 350 g de cerejas em calda (peso drenado)
  • 450 ml de leite

50 ml de cerveja escura

  • 1 caixa ou pacote de pudim de baunilha
  • 200 g de chocolate amargo para cobertura
  • 2 colheres (sopa) de chocolate em pó

Modo de Preparo:

  • Pré-aqueça o forno a 180°C. Bata 250 g manteiga amolecida com 200 g de açúcar. Acrescente os ovos um a um. Adicione a farinha, o fermento e uma pitada de sal.
  • Coloque metade da massa num tabuleiro fundo, untado e enfarinhado. Mistue o restante da massa com o chocolate em pó e espalhe cuidadosamente sobre a massa branca. Distribua as cerejas sobre a massa. Asse o bolo por 35 a 40 minutos a 180°C.
  • Para o creme, dissolva o pó de pudim de baunilha no leite e na cerveja. Acrescente 30 g de açúcar e prepare de acordo com as instruções da embalagem. Por fim, acrescentar os outros 250 g de manteiga amolecida ao pudim, até obter uma consistência homogênea. Deixe o pudim e a massa esfriar. Espalhe o pudim sobre a massa.
  • Para a cobertura, derreta o chocolate em banho-maria e espalhe-o sobre o creme. Leve o bolo à geladeira antes de servir.

 Com informações de: DW, Wikipédia
Fonte da receita:  DW (contém adaptações)

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Sahti

Ao norte do planeta, num pequeno país encrustado entre a gigantesca Rússia e a famosa Suécia, a Finlândia permanece, ainda hoje, uma terra cheia de segredos e boas novidades aos olhos dos latino-americanos, especialmente àqueles que amam uma boa bebida. Conhecida principalmente por ser a terra oficial do Papai Noel, este país referência em igualdade social e altos índices de desenvolvimento humano possui uma cerveja para chamar de sua. Apresentamos-lhes: a Sahti.

Embora os resquícios escritos mais antigos sobre este tipo de cerveja datam do século 17, cascos dessa antiga iguaria foram encontrados a bordo de uma embarcação viking do século 9, isto é, há mais de 1000 anos. Trata-se, pois, de uma cerveja diferenciada, comemorativa, feita especialmente para tradições festivas e ocasiões especiais. Com o ressurgimento da cultura de proteção às cervejas artesanais no mundo ocidental como um todo, a Sahti não poderia ficar de fora da festa e ganhou, inclusive, um status de proteção geográfica na Europa.

Composta por uma variedade de grãos, cereais maltados e não maltados, incluindo cevada, centeio e aveia, a Sahti atual se distingue bastante por seu aroma que lembra à banana. Embora não leve a fruta tropical em sua composição, esta cerveja nórdica recebe este aroma particular por conta do acetato de isoamilo liberado pela levedura durante o processo de alta fermentação (Ale).

Um dos processos atuais mais clássicos na fabricação de uma Sahti é a combinação de infusão de zimbro (árvore facilmente encontrada em território finlandês) ao mosto. Não apenas pedaços do galho, como suas folhas e até mesmo o fruto são adicionados à bebida. O resultado é uma cerveja de tom escuro, similar à cor da Coca-Cola.

Tradicionalmente, tampouco se ferve a bebida em sua confecção e muito menos adiciona-se carbonatação à mistura. Isto porque a Sahti era consumida preferencialmente logo após sua confecção.

Em média, uma boa Sahti possui de 7% a 11% de graduação alcóolica (ABV) – ideal para ser apreciada com a entrada do frio do outono, a ser preferencialmente harmonizada com um bom pescado de águas salgadas.

Se você é do tipo cervejeiro aventureiro que atravessaria o globo inteiro em busca de novos sabores, experimente participar do Campeonato Nacional Finlandês de Sahti, celebrado tradicionalmente há 27 anos na cidade de Sastamala.

Como diriam os finlandeses: kippis! – ou – saúde!

Com informações de: American Homebrewers Association, Munchies (Vice) e Wikipédia

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Bom Saber

Aplicativos de Cerveja

Com um mundo de possibilidades literalmente na palma da sua mão, os celulares smartphone se tornaram hoje uma ferramenta poderosa de comunicação, acesso à informação e diversão em tempos de ócio (ou procrastinação…). Para um bom bebedor, meia conexão basta: ao toque de alguns ícones, você poderá se tornar um grande mestre cervejeiro no conforto do seu lar ou enquanto espera aquele ônibus demorado. Abaixo, aqui vão as nossas 5 sugestões de aplicativos indispensáveis para quem é um amante de cervejas:

Untappd

Disponível para os sistemas iOS e Android, o Untappd (trocadilho em inglês com as palavras “destapado” e “aplicativo”) é uma mistura de rede social e serviço local. Com ele, é possível ler avaliações de bares e cervejas em milhares de lugares ao redor do mundo, consultar o seu histórico de consumo e a localizar amigos na região que estejam dispostos a dividir uma gelada com você.

Prós: Totalmente grátis.

Contras: disponível, por enquanto, apenas em inglês.

Qual cerveja compensa?

Atire a primeira pedra quem nunca ficou parado frente a um corredor imenso, cheio de opções de cerveja, calculando mentalmente qual dentre aquelas garrafas, latinhas ou latões valiam seus últimos parcos reais de fim do mês? Deixe que o app “Qual cerveja compensa?” faça as contas por você. Basta colocar os preços correspondentes ao formato do produto e voilà!, num passe de mágica o seu melhor instrutor financeiro lhe informará qual daquelas cervejas desejadas está mais em conta em relação ao seu tamanho. Disponível para os sistemas Android e Windows Phone.

Prós: Totalmente grátis e em português.

Contras: não disponível para iOS.

BJCP Brasil

Quer se tornar um mestre cervejeiro sem sair de casa? A versão traduzida do aplicativo BJCP conta com uma incrível base de dados da famosa organização norte-americana sem fins lucrativos, a Beer Judge Certification Program, “formada para promover alfabetização cervejeira e apreciação da verdadeira cerveja, e para reconhecer habilidades na degustação e avaliação de cervejas”. Com mais de 1 milhão e 400 mil cervejas julgadas por gente séria ao redor do mundo, é quase impossível que a sua futura escolha não esteja catalogada. Disponível para os sistemas Android e iOS.

Prós: Totalmente grátis e em português.

Contras: o aplicativo em português conta com a base de dados do ano de 2015.

Litrão GO

Ironizando o mundialmente famoso aplicativo de caça aos monstrinhos da franquia japonesa, o Pokémon GO, esta versão brasuca tem apenas um objetivo: fazer o seu dinheiro valer. Basta acionar o Litrão GO onde quer que esteja, que o app irá rastrear os estabelecimentos mais próximos à sua localização e informar que tipo de cerveja está disponível nestes locais e por quanto eles estão vendendo o produto. Disponível para os sistemas Android e iOS.

Prós: totalmente grátis e fácil de usar.

Contras: costuma funcionar melhor em grandes áreas urbanas.

Beer Pong Tricks

Se o seu objetivo é matar o tempo enquanto os ponteiros do relógio custam a passar e o happy hour não chega, este aplicativo é perfeito para você. Com um único intuito de fazê-lo se divertir, o Beer Pong Tricks contará muito mais com sua habilidade manual do que propriamente com seus conhecimentos sobre o mundo cervejeiro. Disponível para Android e iOS.

Prós: diversão garantida para crianças de 0 a 99 anos.

Contras: joguinho viciante.

E você, sentiu falta de algum aplicativo essencial para um bom apreciador de cerveja que não está na lista? Mande a sua sugestão para nós.

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Bom de copo Estilos de Cerveja

English Ordinary Bitter Ale

Quando você pensa em Inglaterra, o que lhe vem à mente? Ônibus de dois andares, a rainha Elizabeth (ou Kate Middleton), policiais trajados com os icônicos chapéus felpudos…? Tudo isso também nos soa, mas uma coisa que se sobressai antes de tudo é uma palavra: tradição. No Bom de Copo de hoje, vamos resgatar uma das bebidas mais clássicas e tradicionais daquele país, chamada “English Ordinary Bitter”.

Esta cerveja da família Ale, ou cerveja de alta fermentação, é composta de três irmãos: a Ordinary Bitter, a Special Bitter e a Extra Special Bitter. Da esquerda para a direita, observamos um crescente não só em amargor, como também em teor alcóolico (ABV). Por isso, indicamos uma tradicional Ordinary Bitter inglesa, a mais suave dos irmãos, para um bom dia de verão.

Com até 3,8% de teor alcóolico, uma Ordinary Bitter inglesa é mais “leve” e de menor carbonatação que a maioria das cervejas tipicamente comercializadas em solo nacional. Mas não se deixe enganar apenas por estes aspectos: seu amargor será uma excelente contrabalança e favorável surpresa ao paladar. Segundo a “Beer Judge Certification Program” (BJCP), a organização norte-americana internacionalmente reconhecida por estimular a alfabetização cervejeira, uma Ordinary Bitter varia entre 25 e 35 IBUs (numa escala de 5 a 120) – quase o dobro de muitas cervejas produzidas por aqui.

Já sua coloração varia, em média, entre 4 e 14 SRM (abreviação em inglês para “Método de Referência Padrão”), situando-a na zona das Ales mais claras, também conhecidas como Pale Ales.

Além de sua leveza, amargura e baixa carbonatação, uma tradicional Ordinary Bitter inglesa também é conhecida por seu toque leve caramelizado e com um frutado bem suave. Trata-se, pois, de uma perfeita combinação com um bom prato de frango assado ou um tradicional “Fish and Chips” inglês.

Idealmente, uma Ordinary Bitter inglesa é servida entre 10ºC e 12ºC – algo considerado elevado para o padrão de consumo médio brasileiro. Por isto, antes de se empolgar com o calor do verão e botar a sua inglesa para congelar, siga as instruções do seu produtor. Afinal: não é na hora de servir que um bom inglês irá quebrar uma tradição.

Com informações de Central Brew, Cerveja Monstro, Hominilúpulo e Revista Beer Art

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Bom de Fazer Comida de Boteco

Bolinho de Alcachofra na Cerveja

Planta com cerveja: a princípio não parece uma boa opção, não é mesmo? Mas quando a planta em questão é a deliciosa (e nutritiva) alcachofra, tudo parece ficar mais gostoso.

Do árabe “al-kharshûf”, que significa “planta espinhosa”, esta preciosidade originária do noroeste da África é conhecida desde os antigos egípcios e posteriormente também fora cultivada pelos gregos, que a chamavam de “cynara” – em referência à uma antiga lenda, na qual a jovem de mesmo nome rejeitou Zeus, o pai dos deuses, e movido por sua ira, ele acabou transformando Cynara numa pobre flor de alcachofra.

Lendas e mistérios à parte, hoje sabemos que alcachofra é rica em vitaminas e possui uma infinidade de benefícios ao corpo. Segundo o portal Tua Saúde, “a alcachofra serve para ajudar no tratamento de anemia, aterosclerose, diabetes, doenças do coração, febre, fígado, fraqueza, gota, hemorroidas, hemofilia, pneumonia, reumatismo, sífilis, tosse, ureia, urticária e problemas urinários”. Ufa!

De acordo com o chef Roger Weiss para o jornal Gazeta do Povo, a diferença entre a alcachofra roxa e a alcachofra verde reside no seu sabor e maciez. A primeira sendo mais saborosa e a segunda sendo mais macia. Também não se esqueça de remover as pétalas externas, nas palavras do chef Raul Carrasquillo, “elas são geralmente mais amargas”.

Na receita de hoje, você vai deixar qualquer grego ou egípcio antigo com água na boca. Combinamos as maravilhosas propriedades desta planta rica em magnésio, potássio, sódio, ferro, vitamina A e vitamina B da alcachofra, com um gostinho de quero mais da cerveja.

Bolinho de Alcachofra na Cerveja

Ingredientes:

  • 1 kg de alcachofra
  • 1 xícara de chá de farinha de trigo
  • 1/2 xícara de chá de cerveja clara
  • 1 ovo
  • 1 limão
  • 3 xícaras de chá de azeite extra virgem
  • Farinha de trigo o suficiente para empanar
  • Sal a gosto

Modo de Preparo:

  1. Misture a cerveja, a gema de ovo (reserve a clara), uma colher de sopa de azeite e um pouco de sal. Adicione uma xícara de farinha aos poucos, misturando até obter uma massa leve. Deixe repousar uma hora.
  2. Retire as folhas externas da alcachofra e corte a parte superior. Vá colocando em uma tigela coberta com água e suco de limão para evitar o escurecimento.
  3. Cozinhe as alcachofras com água levemente salgada por 20 ou 25 minutos ou até ficarem bem macias.
  4. Aqueça o azeite em uma panela funda. Bata a clara em neve e incorpore cuidadosamente com a massa que ficou descansando.
  5. Corte as alcachofras ao meio, passe na farinha e depois na massa. Frite em azeite quente até dourar. Sirva a seguir.

Fonte da receita: Comidas & Bebidas UOL
Com informações de: Gazeta do Povo, Melhor com Saúde, Tua Saúde e Wikipedia

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Bom Saber Curiosidades

A cerveja bebível mais velha do mundo

Duas notícias desta década chamam a atenção por sua peculiaridade e similaridade: a primeira, divulgada em julho de 2010, relata um naufrágio de um navio que continha uma carga líquida, ainda intacta, datada do início de 1800; a segunda, trata-se de uma limpeza de um porão numa das cervejarias mais tradicionais da Dinamarca onde acabaram encontrando um tesouro peculiar, guardado em meio à bagunça. O que estas duas notícias têm em comum? Cerveja.

Pois vamos por partes.

No meio do Mar Báltico, situado no golfo entre a Finlândia, Suécia e a Estônia no norte da Europa, havia um navio. Mas não um navio qualquer. Sob 50 metros de profundidade congelante no arquipélago de Åland (pronuncia-se “Ôland”), foram encontradas 145 garrafas com a bebida (ainda tragável) mais velha do mundo, datadas possivelmente entre os anos de 1800 e 1830. A princípio, os pesquisadores acreditaram se tratar de champanhe, mas qual foi a surpresa quando estas garrafas revelaram ser a nossa querida bebida favorita.

Segundo Annika Wihelmson, do Centro de Pesquisa Técnica da Finlândia, quatro especialistas em cerveja foram consultados na ocasião e afirmaram que: “de fato tinham um sabor velho, o que não é nenhuma surpresa, com algumas notas de defumado. Mas a cerveja é bem ácida, o que indica algum tipo de fermentação na garrafa, resultando nesta acidez”. Dali, segundo a própria pesquisadora, foi possível comparar os diferentes DNAs e leveduras, com a finalidade de reproduzir a bebida tragável mais velha do mundo.

Alguns anos depois, e um pouco (mais não muito) ao sul da Finlândia, funcionários de uma cervejaria na Dinamarca, estavam limpando os porões quando descobriram por acidente uma garrafa de cerveja de 1883. Mas ao contrário dos finlandeses (e talvez por conta da escassa quantidade), os dinamarqueses levaram a única amostra que tinham em mãos diretamente para o laboratório – e não para o bar.

Segundo Erik Lund, “ninguém acreditou que era possível termos encontrado e para a surpresa de todos, havia sim leveduras vivas nesta mesma garrafa”. Com este pouco e raro contato com seres vivos do século XIX, foi possível replicar cerca de 600 garrafas à moda (bem) antiga com o material encontrado, cujos fundos irão diretamente para o Centro Internacional da Ciência de Elaboração de Cerveja da Universidade de Notthingham.

Para concluir, Erik Lund afirma: “estou realmente empolgado com a possibilidade provar uma lager que os nossos antepassados beberam, reconhecida mundialmente como um marco de qualidade neste tipo de bebida”.

A nossa pergunta fica no ar é: será que panela velha faz cerveja boa? Se assim o for, estamos salvos.

Com informações de BBC e The Mirror

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Gostinho do chope bom

Ah, o verão! Época de sair pelas ruas e aproveitar seus longos dias quentes e noites amenas, regadas a um bom papo, chope e petisco. Mas você já parou para pensar por que um chope é assim tão gostoso e como ele é “tirado”? A pergunta pode parecer absurda, mas por trás desta cremosidade, existe toda uma física complexa que explica o sabor único desta bebida tão amada pelos brasileiros.

Neste outro post aqui, comentamos exatamente qual é a diferença entre o chope e a cerveja. Embora o tema seja um pouco mais complexo do que vem a seguir, devido à adoção de processos de pasteurização atuais, basicamente – mas longe de ser apenas isso – “a cerveja comum passa por um processo de aquecimento seguido por um resfriamento abrupto para eliminar todos os possíveis micro-organismos presentes no líquido, enquanto o chope é servido ‘como veio ao mundo’. Em linhas gerais, mesmo que a cerveja e o chope sejam feitos das mesmas matérias-primas, o fermento do chope se encontra vivo (sim, enquanto você degusta) e o fermento da cerveja morto”.

Esta cerveja viva, não-pasteurizada, fica armazenada em barris e possuem uma vida média de 10 dias. Quando chegam ao bar, estes barris são ligados aos cilindros e às torneiras e lá realizam a sua mágica.

As mangueiras plásticas levam o chope ao pré-resfriador, numa tubulação de aço inoxidável de apenas 5 milímetros. Neste vai e vem metálico, o chope passa literalmente por dezenas de metros (entre 10 e 50) dentro do cilindro envolvido por um líquido resfriado. Em chopeiras mais antigas (ou mais tradicionais), esse líquido resfriado nada mais é do que gelo.

Num esquema texto-visual, temos: um cilindro de gás carbônico controlado por um regulador de pressão, que por sua vez está ligada às serpentinas, válvula extratora e ao barril de chope.

Para os mais aficionados pela mecânica em si, segundo o portal Superinteressante, o chope deve ser tirado a 2,5 kgf/cm². Ou seja: para cada centímetro quadrado, o cilindro deposita o peso de dois quilogramas-força e meio. Trata-se da “medida ideal do empurrão” que o cilindro de gás carbônico exerce sobre o líquido precioso. Já para o colarinho, podemos aumentar um pouco esta pressão para 3,5 kgf/cm² e completar o copo com um charme que só o chope tem.

Mas não se preocupe se a parte matemática não entrar na sua cabeça. A última coisa que o bar vai te pedir é uma lição de casa.

Com informações de: Catira, Mundo Educação e Superinteressante

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Bom de Fazer Doces e Sobremesas

Bolo-Rei de Cerveja Escura

Nas bandas mais para ao norte, em especial a Península Ibérica que compreende Portugal e Espanha, talvez mais importante do que a própria noite de Natal seja o dia 06 de janeiro – o dia da visita dos Três Reis Magos ao Menino Jesus. Neste dia, assim como o nosso 25 de dezembro, as crianças finalmente podem abrir os seus tão aguardados presentes.

Para além desta tradição festiva, costuma-se agraciar a família através do paladar com comidas específicas para esta data. Em Portugal, o famigerado Bolo-Rei é um velho (e bota velho nisso) conhecido no Dia de Reis.

Segundo o blog “O Melhor de Portugal Está Aqui”, esta receita possui mais de 2 mil anos de idade, simbolizando o presente de Gaspar, Belchior e Baltazar ao Menino Jesus. De acordo com este mesmo portal: “a côdea [casca] simboliza o ouro, as frutas, cristalizadas e secas, representam a mirra; e o aroma do bolo assinala o incenso. Certo é que o bolo, devido às frutas e à forma circular com um buraco no centro, aparenta uma coroa incrustada de pedras preciosas”.

De acordo com a lenda, um dos Três Reis Magos haveria de ser o primeiro a brindar Jesus. Para resolver esta disputa, um padeiro local confeccionou este bolo e acabou escondendo em seu interior uma fava. Aquele que a encontrasse primeiro seria o responsável pela primeira entrega de presente. Atualmente, a fava revela quem será o responsável por trazer o próximo Bolo-Rei à festa natalina no próximo ano.

Cercado de histórias, personalidades e gostos, o bolo-rei é a pedida para uma noite especial. Bom apetite!

Bolo-Rei de Cerveja Escura

Ingredientes:

  • 650g de farinha
  • 250g de farinha
  • 50g de fermento de padeiro
  • 100 ml de água
  • 150 ml de cerveja escura
  • 4 ovos
  • Uma pitada de sal
  • Raspa de uma laranja
  • Raspa de um limão
  • 100g de manteiga derretida
  • 100 ml de vinho do porto
  • 75g de pinhões
  • 100g de passas sultanas
  • 75g de miolo de noz picado
  • 200g de frutas cristalizadas sortidas picadas
  • 200g de açúcar
  • Frutas cristalizadas sortidas para decorar
  • 1 ovo batido para pincelar
  • Farinha para polvilhar
  • Margarina para untar
  • Açúcar em pó
  • Geleia para decorar

Modo de Preparo:

  • Numa tigela, desfaça o fermento na água. Junte os 250g de farinha e amasse muito bem.
    Se necessário, acrescente um pouco mais de água.
  • Forme uma bola e em seguida, com uma toalha ou um pano grosso, deixe descansar durante 1 hora.
  • Numa outra tigela, misture os pinhões, as passas, as nozes, as frutas cristalizadas e o vinho do porto. Mexa e deixe descansar.
  • Passado 1 hora, junte o fermento ao restante da farinha, o açúcar, as raspas de laranja e de limão, uma pitada de sal, a cerveja e enquanto amassa, junte os ovos 1 a 1. Se a massa estiver muito mole, acrescente um pouco de farinha.
  • Junte a manteiga derretida. Depois de bem amassado, junte as frutas embebidas no vinho e amasse novamente.
  • Polvilhe com farinha e cubra com um pano. Deixe descansar em local quente aproximadamente 1 hora e meia até a massa dobrar de tamanho. Deverá ficar uma massa com a consistência de massa de pão.
  • Unte com margarina uma fôrma larga e polvilhe com farinha.
  • Deite a massa na fôrma, polvilhe com farinha e molde o Bolo Rei no seu formato habitual.
  • Deixe descansar novamente durante 30 minutos.
  • Pincele, de leve, o bolo com o ovo batido.
  • Decore com montinhos de açúcar em pó e com as frutas cristalizadas cortadas.
  • Leve a cozer em forno pré-aquecido nos 180º durante 45 minutos.
  • Depois de cozido e ainda quente, pincele com a geleia especialmente sobre as frutas cristalizadas.

Fonte da receita: Sabor Intenso
Com informações de: Wikipédia e O Melhor de Portugal Está Aqui

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Bom Saber Curiosidades

Os benefícios da cerveja para o coração

Segundo estudo recém divulgado na publicação científica austríaca Wiener Klinische Wochenschrift (“Semanal Clínico de Viena”, em português), um consumo moderado de álcool reduz o risco de aterosclerose – ou seja, pode fazer bem para o seu cérebro e coração.

De acordo com o portal Minuto Saudável, a aterosclerose é uma “formação de placas de gordura e tecido fibroso nas paredes internas das artérias, causando obstruções que impedem o fluxo sanguíneo. Trata-se da principal causa de infartos, acidentes vasculares e doença arterial periférica”. Por se tratar de uma doença assintomática, que não se apresenta efeitos colaterais antes de sua iminência, a aterosclerose só é descoberta na maior parte dos casos quando surge algum tipo de complicação – como por exemplo o próprio enfarto. Trata-se de uma doença silenciosa que afeta mais os homens do que as mulheres.

No Brasil, esta tendência masculina é invertida. Publicado no portal oficial do governo, estima-se que 300 mil brasileiros irão padecer de alguma doença vascular em 2018, sendo as mulheres representando 60% deste número total.

De volta ao estudo “Uma Meta-Análise Sobre os Efeitos do Lipídio e Inflamação”, publicado no semanal vienense, os pesquisadores analisaram 31 experimentos, totalizando 1250 pacientes ao redor do mundo, e concluíram que o consumo moderato de álcool têm impactos positivos sobre os biomarcadores que indicam estas possíveis doenças mencionadas acima: ele reduz o LDL (lipoproteína considerada “mau colesterol”) e aumenta o HDL (lipoproteína considerada “bom colesterol”) no sangue.

Se você está se perguntando, assim como nós, o “quanto seria um consumo responsável”, estima-se – em média – 12,5 g de álcool por pessoa / dia. Em termos práticos do dia a dia, isto seria o equivalente a mais ou menos 2 copos de chope.

Por isso, fica a dica: beba com responsabilidade para seguir bebendo por uma longa e boa vida.

Com informações de: Beer & Health, Governo do Brasil e Minuto Saudável

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Bom de copo Estilos de Cerveja

Rauchbier

Você já ouviu falar em “cerveja defumada”? Não? Pois bem: apresentamos-lhe a Rauchbier – cuja união das palavras “Rauch” e “Bier”, em alemão significam literalmente “fumaça” + “cerveja”.

Segundo as diversas lendas que circulam por aí sobre a origem desta iguaria, uma em particular é uma história trágica com final feliz. Diz-se que um cervejeiro alemão, pobre na época, sofreu com um incêndio em sua produção de malte e, embora a plantação de cevada estivesse praticamente contaminada com a queima do acidente, este resolveu produzir cerveja com o material que sobrou mesmo assim. Ao contrário do que podia esperar, o líquido caramelo defumado caiu no gosto das gentes, de forma que um novo estilo de bebida seria cunhado a partir de então.

Para além da fantasia, é muito provável que a cevada – que passa por um processo de secagem para se produzir cerveja – tenha se secado em demasia, ou mesmo suscetível às condições de armazenamento numa época em que o fogo era utilizado como forma de secagem em regiões frias, como a própria Alemanha.

Hoje em dia, ao invés de se utilizar as tradicionais lenha e fogueira na produção, tem-se a possibilidade de brasear o malte com combustíveis fósseis em fornos devidamente adaptados para este processo. Outros cervejeiros mantêm-se à tradição e preferem o contato direto da fumaça natural, sem um controle tão rígido sobre a dessecação.

Nos quesitos mais técnicos, esta Lager possui um gosto característico defumado, de cor caramelo escuro a negro e deve ser servida, preferencialmente, entre 5 e 7 graus positivos num copo tipo caneca. Ao contrário do que o senso comum possa presumir, uma Rauchbier em geral não é tão amarga quanto parece: numa escala de 0 a 120 em IBU (em português Unidade Internacional de Amargor), este tipo de cerveja varia entre os 20 e 30 pontos – um valor nada fora da média, abaixo, por exemplo, de uma IPA tradicional.

Como diria o velho ditado: onde há fumaça, há cerveja.